quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Na anarquia o crime organizado controlará tudo

Outra objeção é que, em um arranjo sem estado, o crime organizado tomará conta de tudo.  Bom, é possível.  Mas é improvável.  O crime organizado surge justamente naquelas áreas que foram tornadas ilegais pelo estado.  O crime organizado adquire seu poder ao se especializar em atividades que foram proibidas pelo estado — coisas como drogas, prostituição, jogos, agiotagem e assim por diante.

Durante os anos em que o álcool era proibido, o crime organizado especializou-se no comércio de álcool.  Hoje, após o fim da proibição, praticamente não se ouve falar de crime organizado no comércio de álcool.   O poder do crime organizado, em grande parte, depende do poder do governo.  Ele é uma espécie de parasita das atividades do governo.  Os governos, ao proibirem certas atividades, criam mercados negros.  Os mercados negros são atividades perigosas de desempenhar porque seus membros têm de se preocupar tanto com o governo quanto com outras pessoas nada simpáticas que estão interessadas na sua fatia de mercado.  Adicionalmente, como os tribunais não fazem valer aqueles contratos que o estado considera ilegais, todas as pelejas contraídas no mundo do crime organizado têm de ser cumpridas na base da violência.  Todos estes fatores explicam por que uma indústria que é perseguida por agentes armados do governo acaba se tornando fortemente militarizada também.

Se a análise acima está correta, e o crime organizado (e gangues violentas em geral) prospera apenas naquelas áreas infestadas de intervenção estatal, então parece óbvio que uma anarquia de mercado iria emascular esses grupos criminosos.  Colocando em outras palavras, à medida que o governo legalizasse mais e mais setores, o crime organizado teria de concentrar suas atividades em negócios cada vez mais restritos.  No limite, se tudo fosse legalizado (do ponto de vista de legislação estatal), o crime organizado não teria como obter nenhuma vantagem especial.  Da mesma forma que a máfia não aguenta concorrer diretamente com uma fabricante de cervejas como a Budweiser, ela também perderia sua fatia de mercado para empreendedores honestos dos setores judiciário e policial caso o estado cancelasse seu monopólio sobre esses serviços.


Um comentário:

  1. O Anarquismo não é a ausencia de estado e sim o combate ao estado em uma perpectiva de libertação e não de liberação.
    O Anarquismo é anti crime, pois considera o crime uma ação de autoritarismo, por tal motivo combate o estado, que nada mais é que o mais alto criminoso e o mais alto autoritario.
    Por tal motivo o anarquismo é rico neste debate, já que somente conscebe o anarquismo com uma ampla educação social e vida comunitaria.
    Todos os criminosos no anarquismo seram assassinados pela libertação social de todas as comunidades no mundo.
    Nos somos os vilões dos vilões, nos somos os caçadores de criminosos.

    ResponderExcluir