O que é libertarianismo de esquerda?

O libertarianismo de esquerda, um primeiro passo.

O que é Anarquismo?

Anarquismo e seus primeiros passos no movimento

Bitcoin

Introdução a revolucionário cryptomoeda Bitcoin

Mutualismo: uma introdução

Introdução ao Anarquismo mutualista suas teorias, práticas e ideias.

Mercados Libertos e Anti-Capitalismo

Capitalismo não, Mercados!

Socialismo Libertario, Libertarianismo de esquerda e outros termos

Um esclarecimento sobre o termo libertário e seus constantes erros de tradução e interpretação

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Seguidismo midiático

Quando o Neymar foi canelado ondas de protestos tomaram as páginas de redes sociais, depois foi a campanha do "todos somos macacos" influenciada pela propaganda de artistas, e a muito tempo que a Palestina vem sendo bombardeada, destruída com baixas de crianças e inúmeros civis e nunca vimos a muitas campanhas contra isso principalmente vindo desta mesma mídia elitista que promoveu a onda do "todos somos macacos" pelo Brasil, sabe porquê?

Porque o caso da Palestina não é um caso midiatizado, não tem famosos dando a cara, não tem Brad Pit protestando, não tem Angelina Jolie protestando, não tem P.Diddy indignado, logo para você seguidista isso não tem importância, porque na sua imaculada ignorância, se a TV não fala e mantém esse silêncio criminoso que colabora de forma decisiva com esse genocídio, para você não tem importância e logo você não se importa, seu ROBÔ, ignorante, é isso que você é, no entanto saiba que o silêncio da midia é projetado, é propositado pois eles atacaram a Palestina quando você assistia a copa, o maior problema dos seguidistas é mesmo esse continuar a ser uma eterna vitima da propaganda, porque nos dias de hoje quem controla a informação controla a percepção coletiva e coloniza as massas.




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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Consciência e sua liberdade

"A maior ilusão da humanidade é pensar que tem poder sobre o livre arbítrio do próximo."
Leiam isso. Absorvam isso. Reflitam sobre isso.
Um indivíduo que tem plena consciência de sua liberdade não se deixa escravizar, sob qualquer aspecto, sob qualquer contexto, sob qualquer circunstância. Podem lhe infringir dores horripilantes, podem lhe tirar a companhia de seus amados, podem lhe tirar seus meios para sobreviver, podem lhe tirar a independência, podem até lhe tirar a vida...e este vai morrer livre.
Aquele que sabe que é livre detêm o poder poder sobre si. Aquele que sabe se aproveitar dos que ainda não aprenderam isso, detêm o poder sobre os outros.
Quando o submisso descobre que não deve obediência, ele está livre.
Reflitam sobre isso em todos os aspectos de suas vidas. Pensem nas relações de autoridade que vocês promovem, desde dentro de casa, entre pais e filhos, entre parceiros e cônjuges.Reflitam sobre a autoridade de figuras públicas, de policiais, da justiça, de políticos, do sistema financeiro. Reflitam o porquê quem detêm o poder usa intensa propaganda para nos programar a obedecer e a nunca questionar, através da mídia e pelo sucateamento da educação...
Vocês não podem verdadeiramente controlar ninguém, por mais que assim o desejem, pois a partir do dia em que a pessoa que vocês pensam controlar descobrir como se desvencilhar do seu controle, você não possui mais poder.
Aprendendo isso, muitas outras frases de outros pensadores se exaltam aqui.
"Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar o opressor";
"Aquele que puser as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo!";
"Se você não está pronto para morrer por ela, coloque a palavra "liberdade" fora do seu vocabulário";

Greve Geral e a força governista

O Estado e a burguesia, com ajuda das burocracias sindicais (CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSP-Conlutas, CGT e Intersindical) tentam controlar os protestos. Os governistas (PT-PCdoB) e os patrões saíram a defender o capital nacional e internacional, se colocando contra os protestos e a unificação das lutas das categorias. O PT e os publicitários criaram a palavra de ordem “Vai Ter Copa”. Os para-governistas (PSOL, PSTU) criaram a palavra de ordem Na Copa Vai Ter Luta que marca uma oposição consentida. Dentro da ordem. Disposta a assumir o controle do governo.
Os partidos e centrais argumentam que os trabalhadores são a favor da copa da FIFA e contra os protestos e que, portanto, não se mobiliza. Os setores ligados ao PSOL e PSTU fingem que se mobilizam, numa espécie de luta de telecatch. Os dois partidos fizeram de tudo para que a campanha ”Não Vai Ter Copa” não chegasse a diversos setores, como dos servidores públicos. Realizaram um encontro de cúpula para a campanha Na Copa Vai Ter Luta e impediram todas elas, como nos metroviários de São Paulo.
Com isso, eles combateram por todos os meios a construção da greve geral. A estratégia da Greve Geral assusta todas as centrais e partidos. A primeira manifestação de uma greve geral surgida no calor do Levante ganhou os pontos de ônibus, botequins, bares, padarias, mercados, as estações de trem e metro do país. Logo todos os partidos e centrais se juntaram para impedi-la. A greve geral é estratégia principal da ação direta, de unificação da luta de todos os trabalhadores. Os partidos sabotaram a formação de um comitê intersindical de greve formado por comitês de greves à partir da base para apostar em plenárias de correntes sindicais.
E nas categorias em que as centrais e partidos têm protagonismo tentaram impedir as greves ou fazer com que estas se adéquem ao legalismo, evitando prejuízos ao funcionamento do sistema durante a Copa (como aconteceu na greve dos rodoviários do Rio de Janeiro). Na realidade não é que a palavra de ordem não encontre eco entre os trabalhadores. Ao contrário, ela surgiu deles. Não é que seja impossível. O fato é que governistas e paragovernistas trabalham sistematicamente contra a greve geral. Eles trabalham como bombeiros para evitar que o fogo da rebelião se alastre. Que eles percam o controle. E aí não sirvam para mais nada. Eles são parte dos fatores que dificultam esse processo. Por isso combater a burocracia sindical é tão importante, por isso não basta lutar, é preciso construir o sindicalismo revolucionário como forma de organização de massas.''

Tribunais secretos, prisões, agressões, ameaças, cárcere privado: Um Brasil sem direitos

Nas últimas semanas, enquanto a TV tentava distrair as massas com o circo da Copa, o gerenciamento Dilma aprofundava o estado de exceção que vem sendo rapidamente instalado no país desde junho do ano passado. No Rio de Janeiro, no dia 12 de julho, vários militantes tiveram suas casas invadidas pela polícia ainda de madrugada. Policiais civis, todos vestidos de preto, cumpriram inúmeros mandados de prisão, busca e apreensão nas casas dos ativistas. Computadores, celulares e demais mídia foram apreendidas pelos agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, a nova polícia política de Dilma e Pezão. Os ativistas foram qualificados no crime de formação de quadrilha armada e, no dia seguinte, foram transferidos para as masmorras do Complexo Penitenciário de Gericinó. 

Com 26 ativistas trancafiados em Bangu, o Estado reacionário pensou que calaria a voz das ruas no dia da final da Copa do Mundo. Os inimigos do povo não poderiam estar mais enganados. No dia seguinte, mais de duas mil pessoas tomaram as ruas da Tijuca, zona norte do Rio, para protestar contra a farra da FIFA e a criminalização dos movimentos sociais. Foi a maior mobilização no Rio de Janeiro desde o início do megaevento. 

A primeira manifestação começou logo cedo, às 10h da manhã. Manifestantes deixaram a Praça Afonso Pena e seguiram em direção à outra praça, a Saens Pena, ambas nos arredores do Maracanã. // Enquanto isso, Argentina e Alemanha preparavam-se para disputar a final da Copa, após a vergonhosa eliminação do Brasil, amargando um saldo negativo de dez gols em dois jogos. Mas a pior derrota para o Brasil ainda estava por vir.

Ao chegar a Saens Pena, manifestantes se juntaram a um grupo de moradores de favelas e várias organizações da juventude combatente. No local, começava a concentração do ato unificado entre as bandeiras "FIFA Go Home!", da Frente Independente e Popular, e "A festa nos estádios não vale as lágrimas nas favelas". Não demorou muito para que manifestantes deixassem a praça em direção ao Maracanã entoando palavras de ordem contra a FIFA e o Estado reacionário. Em questão de minutos, mais de dois mil policiais bloquearam todas as ruas de acesso à Saens Pena, deixando manifestantes cercados por todos os lados. Pacificamente, as pessoas tentaram convencer policiais a abrir caminho e foram respondidas com bombas de gás e efeito moral.

Nenhuma pedra foi atirada de volta. Mesmo assim, os "robocops" da polícia militar fizeram o serviço sujo de sempre e iniciaram um verdadeiro massacre no miolo do cerco policial. Lembrando cenas dos protestos do início do regime militar fascista, em 1964, cavaleiros da PM avançaram sobre a massa atacando quem estivesse pela frente. Mulheres, idosos, jornalistas, advogados, socorristas, fotógrafos, ativistas, ninguém foi poupado. O cineasta canadense Jason Ohara foi covardemente atirado ao chão e espancado por policiais. Um dos agentes ainda roubou a microcâmera de Jay que estava presa ao capacete. O fotógrafo Alexandre Firmino flagrou o momento em que um PM atacou uma manifestante com golpes de cassetete. 

A ação durou cerca de duas horas e deixou 36 pessoas feridas. Seis ativistas foram presos, um fotógrafo teve o pulso quebrado, um cinegrafista teve a perna suturada e seis profissionais voltaram para casa com o equipamento destruído ou danificado. Sem exceção, todos foram vítimas da polícia. Muito assustadas, as pessoas correram para dentro da estação de metrô da Saens Pena, onde PMs seguiram promovendo cenas de violência gratuita contra as massas. Não houve qualquer reação violenta de manifestantes, o que não conteve o sadismo da polícia política de Dilma, Pezão e Cabral. Mesmo depois que já não havia mais nada na praça Saens Pena, o cerco permaneceu e cerca de mil pessoas foram mantidas durante duas horas em cárcere privado pela PM. Questionados, os comandantes da operação disseram que seguiam ordens do Palácio Guanabara e que nem moradores e trabalhadores da região poderiam passar.

O Jornal A Nova Democracia repudia veemente a ação covarde desse Estado podre, corrupto e falido para garantir os lucros da FIFA no Brasil. Denunciaremos com afinco o avanço do regime civil/militar que se desenha no Brasil e sempre usaremos nossas páginas para mostrar que, ao contrário do que muitos dizem, o povo prepara a sua rebelião e os seus inimigos não perdem por esperar.



terça-feira, 22 de julho de 2014

102 Perguntas e Respostas sobre Anarquismo

Como seria uma sociedade anarquista depois da abolição do Estado, pelo menos no atual território brasileiro?
R: A esmagadora maioria dos anarquistas são adeptos do Federalismo Libertário. Se tratam de pequenas organizações territoriais chamadas Comunas ou Soviets, associadas entre si em Federações e Confederações cada vez maiores. As decisões na Comuna são feitas por consenso e/ou democracia direta e, conforme a amplitude e importância das decisões, vai de baixo pra cima, começando nos indivíduos até decidir os rumos das organizações maiores.
Quais são as hipóteses anarquistas mais plausíveis pelas quais o Estado seria abolido e a sociedade se transformaria em democracias absolutas (diretas)?
R: O Anarquismo é amplo nesse aspecto. Os espontaneístas acreditam que devemos “deixar a vida nos levar” e que no momento certo tudo vai acontecer. Os terroristas defendem o assassinato dos governantes e atentados a prédios estatais e capitalistas. Os pacifistas querem uma Revolução a la Gandhi.
Particularmente, eu simpatizo bastante com o Especifismo, que defende que uma organização politica anarquista se aproxime e trabalhe junto com movimentos sociais, até ganhar força e influência o suficientes para a Revolução.
Como as sociedades anarquistas a surgir depois da abolição dos Estados aproveitariam a infraestrutura existente à época, infraestrutura essa criada ao longo de décadas ou séculos sob a regência e lógica dos Estados e das sociedades governadas?
R: Eu aconselharia um texto do anarquista ucraniano Nestor Makhno, que acho se encaixar bem aqui.
http://pt-br.protopia.wikia.com/wiki/Parte_Construtiva
Aconselho também o livro de Kropotkin, “A Conquista do Pão”.
Se a hipótese da revolução armada contra o Estado prevalecesse, como seria a transição da sociedade estatista às sociedades anarquistas? Como se lidaria com o fato de a porção da sociedade que não se engajou na revolução estar atordoada com a mudança e desejar a volta de um Estado para “pôr ordem” na situação?
R: Apesar dos anarquistas concordarem que um massacre daqueles que discordarem ser algo errado, reconhecem que uma revolução armada tem suas consequências. Aqueles que não apoiarem a revolução provavelmente serão deixados em paz, livres para se organizarem longe dali como quiserem. Ou serão obrigados a se adaptarem através da “democracia direta”, pois a decisão seria da maioria. Agora, conspirar para restaurar o Estado dependeria do contexto de uma revolta armada. Na Espanha, na época da guerra civil, há indícios de escolas anarquistas que funcionavam como “locais para reeducar”. No geral, acho que esses detalhes iriam depender do contexto mesmo.
Como os anarquistas pretendem lidar (ou lidam) com a existência de forças armadas? Como seria viável uma sociedade anarquista livre do perigo de ser subjugada pelo exército da nação que ela renegou ou de nações estrangeiras que ainda não vivenciaram suas revoluções antiestatistas?
R: Na Espanha e na Ucrânia, foram criadas milícias populares para defenderem a Revolução. Na Ucrânia, especificamente, o Exército Negro de Makhno combateu a invasão de tropas alemãs e austro-húngaras, nacionalistas ucranianos e os Exércitos Branco (capitalistas e monarquistas) e Vermelho (bolsheviques).
Haveria espaço para grandes obras de infraestrutura (estradas, ferrovias, usinas hidrelétricas, hospitais de grande porte, escolas grandes, universidades extensas etc.) num panorama de sociedades anarquistas? Se sim, como seriam empreendidas sem um Estado a ordenar essas obras?
R: Não haveria Estado, mas haveriam organizações populares baseadas em Democracia Direta para tomar essas decisões. Haveriam Cooperativas públicas (nos modelos coletivistas e comunistas) e particulares (mutualistas) para atender a esses interesses.
Como convencer as pessoas de que é um absurdo, por exemplo, alguém ser tratado como uma unidade ou número (vide RG, CPF e outros documentos) pelo Estado e que governar é de fato dominar, submeter e controlar?
R: Ajudando as pessoas a terem acesso a conhecimento.
A Constituição brasileira é contra a secessão, e uma sociedade anarquista se declarar independente do Estado brasileiro seria considerado uma secessão pelo mesmo. Como se daria a reação da sociedade anarquista em emancipação contra uma possível intervenção militar?
R: A Guerra Civil Espanhola ocorreu quando os militares, liderados por Franco, tentaram dar um golpe no país e o povo foi as ruas e impediu, dando início a guerra. A força mais forte entre o povo era a CNT, um sindicato anarquista que contava também com a participação de outros como as feministas.
 Já existem escolas anarquistas, que ensinem às crianças a ética de viver pela própria consciência, sem precisar ser regido por leis, em algum lugar do mundo?
R: Não sei dizer hoje, mas existem casos de escolas no século passado. Pesquise mais sobre Pedagogia Libertária, caso esteja se referindo após a revolução os anarquistas tem um modelo educação livre baseado no ensino vocacional, nas escolas de livre experimentação da Grécia antiga e também com influências dos pitagóricos eliminando assim a necessidade do modelo prussianos de educação usado hoje em quase todo o mundo, pode ler mais sobre este modelo de escola livre pensamento anarquista no link abaixo:
Como se daria o controle da violência urbana e dos desvios de conduta social perigosos à coletividade, que infelizmente podem ser inevitáveis?
R: Com o fim do Estado e do Capitalismo, espera-se que boa parte, senão toda, a criminalidade desapareça. Em todo caso, se houver criminosos, poderíamos utilizar o método de ressocialização, mas com eficiência maior que o utilizado pelo Estado.
Como as sociedades anarquistas lidariam com os conservadores/regressistas estatistas remanescentes?
R: Se eles não fizerem nada, provavelmente seriam deixados em paz. Aconselho Malatesta.
Como o anarquismo lida com as propriedades domésticas (ex.: computadores pessoais, móveis, colchões, casas, carros, bicicletas, eletrodomésticos, roupas, álbuns musicais, DVDs etc.)?
R: O texto abaixo explica de forma ótima a questão, parte de diferenças entre propriedade e posse:
http://www.reocities.com/projetoperiferia2/secB3.htm
Haveria algum sistema de comércio, com ou sem dinheiro, nas sociedades anarquistas? Há viabilidade de o escambo ser um meio permanente de troca de objetos?
R: Os anarquistas não tem nada contra o comércio. Apesar de muitos entenderem erroneamente que comércio e dinheiro significa capitalismo, a verdade é outra. Os anarquistas aceitam a iniciativa privada, especialmente os mutualistas, que seguem as ideias de Proudhon, no entanto a necessidade de dinheiro é eliminada com as empresas autogeridas e as fabricas cooperativas
Como responder aos estatistas que acusam um anarquista funcionário público de estar sendo hipócrita ao não largar seu emprego que só existe graças ao Estado/Administração Pública?
R: O anarquista precisa pagar imposto para o Estado. Se ele quiser educação, precisa ou estudar em escola pública (estatal) ou particular (capitalista). Sendo honesto, não podemos dançar valsa se o que está tocando é funk. Mas é claro, os anarquistas evitam posições pró-sistema, por exemplo se tornar politico, juíz, proprietário capitalista ou policial. No entanto, fora os casos “óbvios”, temos que ter bom senso. Ser pobre ou ficar isolado do mundo não beneficia a luta anarquista.
Como seria a política do consenso numa democracia direta? E quando as opiniões divergirem a ponto de serem virtualmente inconciliáveis e mutuamente excludentes?
R: A maioria dos anarquistas pensam assim: consenso até onde der, e se não der, vontade da maioria.
Aconselho: http://www.reocities.com/projetoperiferia2/secA2.htm
Como seria empreendido numa sociedade anarquista o que hoje conhecermos por serviço público?
R: Cooperativas públicas.
Como a infraestrutura das grandes propriedades privadas rurais (latifúndios) seria repartida entre a coletividade? Como o solo desses latifúndios seria adaptado a policulturas minifundiárias?
R: Acredito que algo sobre isso possa ser respondido aqui:http://anarquismorj.wordpress.com/textos-e-documentos/programa-da-farj/objetivos-finalistas-a-revolucao-social-e-socialismo-libertario/
Por que o anarquismo é hoje relativamente pouco divulgado, mesmo na internet, ao contrário, por exemplo, dos Direitos Animais, cada vez mais divulgados pelos meios democráticos de comunicação?
R: Acredito que seja, em grande parte, culpa de nós mesmos. Mas também acredito que isso possa ser resolvido. É tudo uma questão de esforço. No exterior, até onde se sabe, os anarquistas tem grande força, especialmente na Grécia. No Brasil, infelizmente, acredito que a despolitização do povo e a falta de organizações mais fortes tenham parte da culpa.
Como a infraestrutura física da internet (backbones, servidores, cabos conectores, antenas etc.) seria mantida num mundo sem Estados?
R: O fim do Estado não significa o fim de um “poder público”. Continuará a existir, mas será verdadeiramente do povo, sem hierarquia e totalmente autogestionário. A tecnologia no processo anarquista seria livremente distribuida, materiais como esses seriam mais acessíveis, ou seja, os coletivos que se unissem em torno de um mesmo ideal poderiam providenciar os seus. Os já existentes seria abertos para o livre uso, no caso a internet em uma sociedade anarquista seguiríamos os princípios da carta de independência internacional da internet escrita pelo ativista politico John Perry Barlow em 1996.
Existe o risco de, num mundo em processo de abolição dos Estados, alguma nação remanescente se aproveitar da extinção de cada vez mais nações e de suas forças armadas e começar um ataque expansionista contra as sociedades anarquistas desmilitarizadas? Se sim, como se pretende lidar com essa ameaça?
R: Extremamente provável. A classe dominante quer, e sempre irá querer, se expandir. Como disse, provavelmente o povo terá que se preparar para guerras, para proteger a Revolução. Por outro lado, esperaremos que as revoltas internas no próprio país resultem em uma Revolução antes que nos ataquem.
 Supondo a possibilidade de casos em que alguns povos indígenas, livres da ameaça das “civilizações”, se transformassem, ao longo dos séculos, em Estados organizados expansionistas, como as sociedades anarquistas lidariam com isso?
R: Difícil, mas de fato, não impossível. Mas lembre-se que haveriam federações de comunidades anarquistas organizadas. Acredito que se uma ameaça assim aparecesse, haveriam condições de lidar com isso adequadamente, muitos povos indígenas tem uma estrutura anárquicas dentro de suas aldeias.
Existe o risco de sociedades anarquistas acabarem se tornando caóticas por despreparo da população a viver sem a regência das leis e por isso regredirem a um regime estatista? Se sim, como pretendem lidar com essa ameaça?
R: Anarquismo não significa, necessariamente, viver sem leis. Apesar da maioria preferir que não houvesse necessidade, muitos reconhecem que, pelo menos num primeiro momento, elas seriam necessárias para manter a ordem. Mas seriam leis criadas pelo povo e não pelos de cima.
De qualquer forma, acredito que se uma sociedade anarquista começou a ser aplicada, é porque ocorreu um avanço na mentalidade da população que evitaria que as coisas regredissem, a teoria anarquista foi pensada de uma forma que “sem conscientização não há revolução”.
Em algum lugar eu li que o problema não seria lidar com uma sociedade despreparada a uma vida sem Estado, mas sim preparar a sociedade ao anarquismo abolindo os problemas causados pelos Estados. Há alguma prova científica (sociológica) de que problemas teoricamente controlados pelos instrumentos coercitivos do Estado, como a violência urbana combatida pela polícia e crimes em geral combatidos pelo Poder Judiciário, de fato têm sua origem na essência estatista dessas sociedades e/ou na existência do Estado em si?
R: Sim. Veja:
http://anarcaipira.blogspot.com.br/2012/09/o-bandido-o-cidadao-de-bem-e-os.html
Aconselho também:
http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/os-problemas-derivados-capitalismo.htm
Como lidar com o problema do abuso e comercialização/doação de drogas pesadas (cocaína, crack, heroína etc.) e com as consequências do abuso de álcool numa sociedade anarquista, que provavelmente não conseguiria abolir o uso de drogas entorpecentes e alteradoras do estado psicológico/psiquiátrico?
R: Essa é uma questão mais delicada. A maioria dos anarquistas tem uma tendência a favor da liberação, mas com um desenvolvimento do sistema de saúde para prestar auxílio adequado. Eu acredito, particularmente, em algumas leis mais reguladoras. Esse seria um tema a ser mais debatido, nos séculos de desenvolvimento do anarquismo não existia tantas drogas correndo por ai.
Como seria a nova Ética do Trabalho numa sociedade livre do Estado e do capitalismo?
R:  Achei meio vaga a questão, mas vamos lá. Sem o patrão, não haveria a exploração. O número de horas de trabalho seriam reduzidas. Alguns apontam que talvez desse para diminuir até 2 horas diárias, ou menos. Também, a maioria das profissões que geralmente são apenas administrativas e burocráticas desapareceriam, mais pessoas trabalhariam na produção de riquezas, mais bens e serviços para todos e menos tempo de trabalho. O estresse provavelmente desapareceria.
Como os anarquistas conseguirão desapropriar os meios de produção urbanos e rurais (tomar dos empresários a propriedade sobre suas empresas e máquinas, assim como tomar dos latifundiários suas grandes fazendas)? Sendo quase certa a reação armada dos atuais donos desses meios de produção, seja através do Estado protetor do direito à propriedade privada ou através de exércitos de seguranças particulares, como os anarquistas iriam proceder?
R:  A essa altura, acho que essa questão já teria sido respondida em outras questões. O uso da força popular para expropriar a burguesia e tornar os meios de produção coletivos.
Como os anarquistas pretendem conscientizar as classes médias para a lógica da sociedade sem Estado e sem grandes propriedades privadas?
R: Defina classe média. Mas acredito que aqui explique algumas coisas:http://www.reocities.com/projetoperiferia2/secB7.htm
De forma geral, caso considere as tais classes médias trabalhadoras como as outras, a mesma tática se utilizada, com as devidas alterações para o público alvo.
Num mundo em que os redutos de vida silvestre estão cada vez mais reduzidos e os recursos naturais não renováveis cada vez menos abundantes, será possível criar sociedades anarcoprimitivistas a partir do zero?
R: Acredito que a sociedade anarquista saberia se desenvolver sem abusar do planeta. E também creio que seria possível sociedades, pequenas, de anarco-primitivistas. Mas eu, particularmente, não sei se seriam preferíveis.
Como se dará o desenvolvimento científico e tecnológico nas sociedades anarquistas, considerando-se os produtos realmente essenciais da ciência e tecnologia (como a internet, os medicamentos que curam doenças graves, os computadores, os eletrodomésticos, os meios geradores de energia etc.)?
R: Hoje, controle de patentes permite que muitos conhecimentos estejam nas mãos das grandes indústrias. O carro elétrico foi barrado para não prejudicar os senhores do petróleo, por exemplo. Com o fim das patentes e do monopolio dos capitalistas, tenho certeza que a tecnologia poderia se desenvolver bastante sim.
Como o anarquismo lida com a questão do desenvolvimento de tecnologias de exploração espacial? Ou o anarquismo é essencialmente “geocêntrico” no sentido de não se preocupar com o Universo?
R: Não acho que os anarquistas tenham uma preocupação maior com tal tema do que qualquer outra pessoa hoje. É uma questão que não depende de ser ou não anarquista, mas com o desenvolvimento da tecnologia poderíamos sim lançar expedições ao espaço e ainda levar adiante pesquisas para exploração espacial sem nenhum problema uma vez que esta seja a vontade do povo.
Uma sociedade anarquista seria à prova de problemas microssociais como ofensas, brigas e alcoolização?
R: A grande maiorias destes problemas sumiria mas é provável que exista sim desentendimentos isto muitas vezes é inevitável mas estes casos podem simplesmente ser resolvidos sem maiores problemas.
Como uma sociedade anarquista lidaria com pessoas neurologicamente tendentes, por exemplo, à psicopatia e sociopatia?
R:  Um livro muito bom é “A Ilha”, do Huxley (autor de Admirável Mundo Novo). Na história, eles detectam as pessoas com essas tendências e ajudam elas direcionando isso para algo não prejudicial. É uma alternativa. Pode-se ter clínicas para afastar da sociedade caso essas pessoas tomem ações negativas e ressocializá-las. Mais uma vez, não é algo totalmente definido. Importante mencionar que quando digo que algo não é “totalmente definido”, não é porque o Anarquismo apresenta falhas. Sim, porque temos ele como o Norte de uma bússola, mas não poderíamos prever como lidar com cada possível problema agora. Podemos elaborar teorias e aplicar as que se apresentarem como melhores. O anarquismo não é um recado divino e imutável, mas sim é amplo, permitindo que novas ideias surjam e que ele se atualize conforme o contexto, desde que mantendo seus princípios.
O anarquismo é realmente incompatível com as religiões organizadas, em especial o cristianismo e o islamismo? Se sim, como se pretende extingui-las ou transformá-las em religiões libertárias? Pretende-se extinguir dogmas e princípios como a submissão a Deus; a existência do clero como intermediário entre Deus e o ser humano; a direção de templos por pastores, padres, bispos, cardeais, apóstolos, rabinos, sheiks, imãs etc.?
R: Apesar de muitos anarquistas adotarem uma postura de ateus militantes e falarem do fim das religiões, inspirados pelo texto “Deus e o Estado” de Bakunin, hoje acredito que as coisas estejam mais abertas. Há cristãos, judeus, muçulmanos, ateus, agnósticos, ocultistas, wiccanos, budistas e pessoas das mais diversas religiões, que adotam os princípios anarquistas. É claro que as instituições religiosas hoje, pautadas em hierarquias e em uma elite, o clero, seriam destruídas. Mas quanto as ideias religiosas, esperamos que elas se adaptem conforme a sociedade anarquista substitua a atual. Veja o Cristianismo: teve uma origem comunista primitiva. Quando conquistou Roma, tornou-se escravista, dizendo que os escravos não deveriam questionar seus senhores. Na Idade Média, apoiou a lógica feudal. Depois, a Reforma Protestante auxiliou o Capitalismo. Na Alemanha Nazista, o Cristianismo também foi adaptado. Por que ele não se adaptaria a uma lógica anarquista?
Como o anarquismo sob a forma de comunismo libertário pretende lidar com os defensores do direito à propriedade privada? Como lidam inclusive com os minarquistas e anarcocapitalistas (que eu sinceramente não gosto de chamar de “libertários”)?
R: A Propriedade é um roubo, e como tal, será abolida. Seus defensores, se não tiverem como utilizar a força, provavelmente vão aceitar a nova sociedade. Se tiverem, provavelmente haveria uma disputa de forças até uma subjulgar a outra. Os Ultraliberais (que englobam as duas correntes) são rejeitados pelos anarquistas e totalmente hostilizados. Seriam inimigos, se podemos usar esse termo.
Como os anarquistas intervêm hoje em dia de modo a construir um futuro conjunto de sociedades sem Estado?
R: Muitos anarquistas se organizam em grupos, coletivos e federações, ou atuam sozinhos e independentes. E cada um utiliza seus próprios métodos. Uns, como os especifistas (Coordenação Anarquista Brasileira), se aproximam de movimentos sociais (sindicatos, estudantis, ambientalistas, etc), para criar uma solidariedade com os explorados e oprimidos, até ganhar força e influência para a Revolução. Outros focam em oferecer educação libertária, com palestras e distribuição de textos (Núcleo de Estudos Carlo Aldegheri). Uns adotam estilos alternativos (Casa da Lagartixa Preta) e outros a contra-cultura (RASH, movimento skinhead anarquista e comunista). Há aqueles que participam de manifestações e mobilizações recentes e populares (Ocuppy, Democracia Real, Anonymous, Mov. Zeitgeist) e aqueles que fazem um pouco de cada.
Anarquia é diferente de anomia. Mas como garantir que TODOS os seres humanos integrantes de uma sociedade anarquista, sem exceção, tenham uma consciência elevada o suficiente para viverem independentes de leis?
R: Esse texto já passei anteriormente, mas as respostas da pergunta também estão nele, especialmente nos últimos textos: http://www.reocities.com/projetoperiferia2/secA2.htm
O anarquismo tem alguma posição em relação aos pais regularem e disciplinarem o comportamento dos filhos menores de idade (pelo qual impõem castigos, recompensas e autoridade)?
R: Psicologicamente falando, existem formas melhores e menos prejudiciais ao desenvolvimento da criança. Para refletir: http://anarcaipira.blogspot.com.br/2012/09/a-autoridade-na-infancia.html
O anarquismo tem alguma posição em relação à reprodução humana, macrossocialmente falando? Como lida(rá) com o descontrole reprodutivo em lugares como a África subsaariana e o Oriente Médio?
R: Geralmente, as famílias que tem muitos filhos possuem um nível de educação menor. Se a educação melhorar, mais conscientes estarão. Nesse caso, acredito que seria melhor um profissional analisar como lidar com isso em cada caso.
O anarquismo tem algo a falar sobre ordem social?
R: Como disse, haveriam conselhos e organizações populares para manterem a ordem, se preciso.
Como o anarquismo lida com os conflitos sociais e a perspectiva de as sociedades serem perpetuamente regidas por contradições e conflitos? Como seriam os conflitos dentro das sociedades anarquistas? Haverá o perigo de alguns desses conflitos suscitarem para muitos a volta da ordem estatista e policial?
R: A questão dos conflitos acredito estar explicada no livro “Poder e Domínio”, de Fábio Lopez. Citarem um trecho:

“Neste caso, a sonhada sociedade anarquista teria conflitos, luta por poder, opressão, insatisfação de alguns, porém ninguém seria usado para construir aquilo que não defenda voluntariamente, uma vez que todas as organizações seriam autogestionadas. A autogestãotem de ser percebida como o meio de organização social tipicamente anarquista, pois através dela podemos ter a relação de poder sem domínio.
A principal mensagem deste trabalho aos anarquistas é a revisão de nossos objetivos. O poder não é algo necessariamente antipopular – apesar de ser sempre opressivo. O poder popular legítimo deve existir para oprimir os planos de tirania, que sempre surgem nas cabeças de alguns agentes. A submissão ao poder é uma relação social natural e que pode ser saudável – apesar de não ser desejável. Logo, não somos contra o poder (que pode ser popular) e a opressão (que pode ser contra um tirano) em si. Nossa grande luta é para acabar com as relações de domínio. Isto engloba a derrubada do Estado e a tomada dos meios de produção, além de mostrar que outras instituições também precisam ser revolucionadas como os sindicatos hierarquizados, diretórios centrais de estudantes autoritários etc. Esta posição firme contra a dominação se deve à condição desumana que ela impõe aos agentes. O dominado perde a capacidade de se definir como força oponente, como sabotador, como dono de interesses contrários, em suma, é a perda da capacidade de se colocar como resistência. E isto significa a anulação do dominado como agente nas relações sociais. Não se colocando socialmente, castra sua vontade, perde a iniciativa e a criatividade.”
Como o anarquismo contemporâneo lida com a Natureza como um todo? Como propriedade pública humana ou como uma entidade dotada de valor intrínseco que não deve ser tratada como propriedade pública nem privada?
R: Todos os anarquistas hoje, dos primitivistas aos maiores adeptos da tecnologia, reconhecem a necessidade de respeito para com a Natureza. Denominar ela como propriedade pública ou o que seja seriam apenas nomenclaturas daqueles que a utilizam, que acharam melhor tal termo.
Como a sociedade anarquista lidará com divergências (entre pessoas ou facções detentoras de determinadas opiniões) tão graves que poderão ameaçar sua coesão social?
R: É complicado tentar presumir detalhes que só poderiam ser tratados naquele momento. Mas como dito, existe o método de democracia direta para decidir determinadas medidas, sempre tentando conciliar os pontos de vistas diversos pacificamente.
Ainda haverá algum espaço para a existência de líderes em alguma estrutura microssocial (como grupos ativistas, igrejas, vizinhanças etc.)?
R: O anarquismo é organizado sem hierarquia, verticalidade ou centralização. Claro que poderíamos dizer que uma pessoa que se destacasse poderia ser considerada “líder”, mas não haveria nenhuma posição oficial que garantisse qualquer privilegio, tal como isso seria evitado ao máximo possível encorajando iniciativa de todos.
Como a figura do professor é vista na filosofia anarquista? Ele ainda será um “regente” dos alunos? Como lidará com crianças mal comportadas?
R: Os estudos de pedagogia libertária lidam com isso. O professor seria mais um “auxiliar de desenvolvimento” do que uma autoridade na sala de aula. A criança seria incentivada a aprender e buscar conhecimento por vontade própria e iniciativa, sem ter que ficar passivamente recebendo informações do professor.
Como os anarquistas não veganos veem os animais não humanos? Não é incoerente que, mesmo numa sociedade anarquista, os animais continuem sendo vistos como propriedade humana?
R: Não necessariamente. Eu não sou vegano, por exemplo. Anarquia significa “sem governos”, e governo é algo necessariamente de humanos para humanos (pelo menos por enquanto não descobrimos alienígenas que venham nos escravizar).
A crítica dos vegetarianos se dá, excluindo os aspectos de saúde e economia, mais por um sentimento de afeto com os animais, o suficiente para não gostarem de vê-los morrer para servir de alimentação. Apesar de eu ter certeza que nenhum anarquista é a favor do sofrimento de animais, não há necessariamente um amor a eles o suficiente para abdicarem do consumo de carne. Os ideais anarquistas surgiram para relações entre seres humanos, e se eles devem ou não se adaptarem as relações com os não humanos, é algo a ser debatido, de qualquer forma isto cabe a sociedade responder, em uma sociedade anarquistas nada impede os veganos de conscientizarem a população a diminuir gradativamente o consumo de carne, e mesmo assim hoje em dia com a nossa tecnologia já é possível a partir de DNA de animais cultivar carne em grandes quantidades no laboratório aperfeiçoando esta tecnologia quem sabe um dia não produziremos carne sem necessitar matar nenhum animal.
Qual o segredo de uma sociedade anarquista não precisar de polícia para ser uma sociedade livre da criminalidade?
R: Por Polícia, hoje, entendemos um aparato de repressão que, antes de ter como objetivo proteger o povo, serve para proteger a elite. Como explicado anteriormente, acredita-se que a sociedade anarquista, caso não erradique os crimes, os diminua de tal forma que qualquer força de segurança social dificilmente seja necessária. Caso infelizmente seja, algo diferente do que hoje chamamos de Policia, organizada de outra maneira e infinitamente mais eficiente seria colocada para a função, sob o controle da vontade popular.
Como se pretende lidar, numa sociedade anarquista, com ladrões de micropropriedades (como computadores, meios de transporte e eletrodomésticos), agressores de pessoas inocentes e animais, cometedores de crimes contra a honra pessoal (injúria, calúnia e/ou difamação), homicidas, assassinos de animais não humanos, destruidores ambientais etc.?
R: Como dito anteriormente em outras questões, esperamos que esses problemas desapareçam. Se não for possível, haverá leis e forças de segurança, controladas pela vontade popular, para lidar adequadamente com a situação.
Como o anarquismo pensa a relação geral do ser humano com o meio ambiente?
R: Presumo que se refira ao meio ambiente natural. Aconselho esse texto:http://anarcaipira.blogspot.com.br/2012/01/murray-bookchin-in-por-uma-ecologia.html
Como será a transição entre a sociedade estatista e capitalista e a sociedade anarco-comunista?
R: Os pacifistas acreditam que basta começarmos a desobedecer os poderosos que essa nova consciência contaminará a todos que seguirão o exemplo até a substituição pacífica. Muitos apelam para a educação da sociedade de forma que vá ocorrendo leves transições. Eu particularmente acredito que uma Revolução armada é o mais provável, no qual ocorreria a abolição imediada do Estado e da Propriedade, o fim da hierarquia e a construção de um poder popular. Mais uma vez, aconselho o livro “A Conquista do Pão”.
 Crianças pequenas serão consideradas tomadoras de decisões políticas numa sociedade adepta da democracia direta?
R: Defina criança. Mas no geral não acreditamos em uma idade minima como por exemplo “Tem que ser maior de 18 anos”  muitos jovens inclusive de 14, 15 anos tem uma grande consciência política e podem muito bem ajudar nas tomadas de decisão, quando o jovem ou a criança estiver preparada para participar e tomar decisões nem que por um tempo ele necessite de uma ajuda ou suporte da alguém mais experiente então ela fara independente de ter 13, 14 ou 18, 19 anos.
Como o anarquismo lida(rá) com uma população humana terrestre de diversos bilhões de habitantes?
R: Como nós estamos lidando hoje? Bom, o Projeto Vênus tem algumas ideias interessantes em relação a isso. Apesar de suas falhas em análises econômicas e politicas, apresenta propostas interessantes em relação a aspectos tecnológicos, o mundo pode suportar uma grande quantidade de pessoas nosso problema hoje é na maior parte uma má distribuição e pessoas e de condições que pessoas vivam ou se mudem para áreas mais abertas populacionalmente.
Como o anarquismo poderá ser introduzido e estendido a continentes como a África e a Ásia?
R: Existem grupos anarquistas em países desses continentes. Eles saberiam falar melhor, mas deixo umas entrevistas com eles.
Africa do Sul: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2011/07/494014.shtml
Egito: http://factoriahistorica.wordpress.com/2011/02/15/entrevista-con-nidal-tahrir-anarquista-egipcio/
Síria: http://www.anarkismo.net/article/18738
Indonésia: http://portugal.indymedia.org/conteudo/newswire/3334
Coreia: http://pt.indymedia.org/conteudo/newswire/1190 , se formos dar uma olhada nas condições deste países e especial os da África o anarquismo tem grandes chances em alguns  de seus territórios visto que muitas vezes leis não coercitivas ou que não necessitam de autoridades foram criadas entre aldeias que muitas vezes tem uma estrutura anárquica sem falar do descontentamento e desconfiança constante de uma grande parte da população com o estado as instituições e para com as forças armadas do país.
Como as sociedades anarquistas interagirão com povos indígenas tradicionais?
R: Aconselho esse: http://lists.indymedia.org/pipermail/cmi-vitoria/2006-September/0906-gw.html
Como o anarquismo lida com as mitologias religiosas apegadas a narrativas ligadas à guerra e ao governo dos deuses sobre os humanos?
R: É algo complicado. Temos uma interpretação antirreligiosa com Bakunin, em seu “Deus e o Estado”, e uma religiosa com Tolstoi, em seu “O Reino dos Ceus esta em Vós”. Acho que essa é uma questão filosófica que está longe de ter um veredito. No anarquismo ou em qualquer outro sistema.
Como os anarquistas lidam com (refutam) os argumentos direitistas (tanto ultraconservadores como liberais), que afirmam que certas características humanas, como o egoísmo, o instinto competitivo, a busca pelo mérito e pela ascensão social, a posse de propriedades privadas, a ordem de desigualdade social etc. seriam intrínsecos à natureza humana? Há trabalhos científicos, na Biologia e/ou nas ciências humanas, que refutem esses argumentos?
R: O famoso “o homem é mal”? Primeiramente, aconselho o livro de Kropotkin, “Apoio Mútuo”.
Aqui: http://www.youtube.com/watch?v=pDscJgygL5M
E aqui: http://www.youtube.com/watch?v=qsIiRtnKEd0
http://www.youtube.com/watch?v=KRNUC_6lWFA
http://www.infoescola.com/psicologia/psicologia-social/
http://revistaescola.abril.com.br/lev-vygotsky/
http://pt.wikibooks.org/wiki/Psicologia/Psicologia_social
O que o anarquismo contemporâneo pensa sobre a teoria clássica de que uma sociedade capitalista precisa passar por uma fase socialista estatal, precedida por uma revolução popular, para se transformar numa sociedade comunista?
R: Um erro grave. Os anarquistas desde a época de Marx alertam sobre os problemas que essa estratégia causaria. Tudo isso se confirmou com os acontecimentos da Revolução Russa.
Bakunin avisou: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/05/279745.shtml
A História confirmou: http://www.reocities.com/projetoperiferia2/secH5.htm
É possível propagar o anarquismo em países como Cuba, Coreia do Norte e China?
R: Sim. Inclusive há anarquistas, por exemplo, em Cuba, como mostro abaixo:
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2002/04/22055.shtml
Como anda o anarquismo nos EUA, país de tradição nacionalista/patriótica que aparentemente dá tão pouco espaço à esquerda anarquista e/ou comunista?
R: O Anarquismo é mais forte nos EUA do que no Brasil. Muitos participaram do Movimento Occupy.
Como o anarquismo pretende trabalhar globalmente para abolir as forças armadas e polícias e assim acabar com o perigo de ameaças externas bélicas às sociedades anarquistas desmilitarizadas?
R: Muitos anarquistas atuam em manifestações contra as guerras. Mas a maioria que apoia uma revolução armada não acha que há como evitar um ataque de outros países, e já tem esse pensamento em mente, nas Espanha foram criadas melícias pelo próprio povo como o exercito negro por exemplo para manter a segurança das fronteiras e combater ameaças estrangeiras de países que ainda não obtiveram sua revolução antiestatista.
Como se pretende substituir o modelo de sociedade capitalista, individualista, consumista e estatista hoje dominante por um modelo de sociedade comunista, coletivista (ou que saiba conciliar liberdades individuais com os anseios coletivos), desapegada da “ética de consumo” e independente de Estados?
R: Mudando a organização politica e economica, e conscientizando as pessoas.
Como o anarquismo, ele próprio possuidor de bandeira(s), símbolo(s) e cores (rubronegro), lida com a existência de símbolos nacionais (bandeiras, hinos, brasões e selos)?
R: Apesar do anarquismo ser internacionalista, algumas vezes ocorre aproximações com movimentos nacionalistas, quando o foco desses é um combate ao imperialismo. Mas no geral, tratam esses símbolos com desprezo, uma vez que a revolução for bem sucedida bandeiras nacionais, hinos não serão coisas importantes como são hoje logo que “Nossa pátria é o mundo inteiro”.
Como se pretende lidar com o eventual aparecimento de interesses privados deletérios dentro de uma sociedade anarquista?
R: A iniciativa privada não é vista como um problema. O Mutualismo é organizado por uma economia formada por Cooperativas particulares.
O anarquismo é essencialmente ateísta? Como lida com o fato de a maioria das religiões existentes reconhecerem no(s) Deus(es) ou entidades subdivinas autoridade, inclusive normativa, sobre os seres humanos?
R: Depende de como você interpreta, como ja mencionei. Por isso muitos acham que Anarquismo deve se focar nas relações entre seres humanos, e deixar de lado a metafísica (Deus) ou a relação com animais irracionais como algo a parte, as religiões sempre terão espaço em nossa sociedade no entanto acreditamos que com a sociedade anarquista melhore a qualidade de vida da população a religião diminua sua influencia.
Como as sociedades anarquistas lidarão com a exportação e importação de alimentos de outros continentes (por exemplo, a soja consumida nas ilhas britânicas é importada de outros continentes)? Aliás, ainda haverá um sistema de comércio global (com ou sem o envolvimento do dinheiro), mesmo de alimentos, ou as sociedades anarquistas focarão totalmente os alimentos produzidos localmente?
R: Olha, nesse aspecto eu não saberia dizer com conhecimento do assunto, mas haveria comercio sim e as sociedades anarquistas poderiam comercializar entre si, inclusive organizando federações de consumidores e produtores com particularidades próprias, os alimentos seriam não só divididos localmente como internacionalmente.
Na internet que existirá num mundo cada vez mais anarquista, como serão as redes sociais e fóruns de discussão? O anarquismo tem algo contra a administração e moderação de fóruns de sistemas como Facebook, Orkut e phpBB?
R: Confesso que nunca vi isso ser debatido entre os anarquistas. Até o momento, isso nunca foi visto como um problema. É claro que em uma sociedade anarquista, com a mudança de mentalidade, talvez o formato da internet mude, mas não há nada de imediato em relação a “vamos abolir a administração e moderação”.
O anarquismo é aplicável a sistemas de informação e redes sociais de internet? Como funcionaria a gestão desses sistemas, incluindo manutenção de hardware e programação?
R: Aqui isso é abordado:http://anarkhos4ever.blogspot.com.br/2011/08/superinteressante-anarquismo.html
Como será o sistema econômico num mundo de sociedades anarquistas?
R: Em relação a isso, existem várias opções, mas todas tem em comum a ausência de hierarquias, dominação e classes sociais, e a presença da autogestão e horizontalidade. O Mutualismo de Proudhon imaginava uma rede de Cooperativas privadas que comercializariam entre si. O Coletivismo (Bakunin) e o Comunismo (Kropotkin e Malatesta) colocam o poder popular controlando a produção de riquezas, com a diferença que o primeiro defende uma distribuição pelo mérito e esforço enquanto o segundo argumenta pela necessidade.
 Como seriam os esportes que dependem de treinadores, considerando-se que os treinadores, pelo menos nos esportes como conhecemos hoje, geralmente precisam usar valores tendentes ao estatismo e militarismo (disciplina estrita, autoridade, punições contra abusos ou omissões, regulação comportamental etc.)?
R: Não saberia explicar com detalhes isso, mas olha:http://www.fatossurreais.com.br/2012/03/anarquia-e-futebol.html
Há condições de surgir uma sociedade anarquista de pelo menos algumas centenas de pessoas, que experimente todas as características de uma ética anarquista, dentro dos próximos 30 anos?
R: Não acho que possamos prever o futuro, aliás já existiram bem sucedidas aldeias anarquistas pelo mundo.
Como bandas musicais, que hoje dependem de recursos materiais, empresários, roadies etc., viverão numa sociedade anarquista de economia independente de dinheiro?
R: Depende do modelo anarquista. No Mutualismo isso continuaria. Nos outros, acho que a reportagem da Superinteressante anteriormente passada já responde.
O anarquismo dá algum espaço ao mérito individual no trabalho? E quando esse trabalho é a educação?
R: Sim. O Coletivismo adota uma distribuição de riquezas conforme o mérito, enquanto o Mutualismo se utiliza de uma iniciativa privada.
Como o anarquismo lida com costumes culturais que possuem características como a meritocracia e a popularidade individual (como nas escolas estadunidenses, onde há a cultura do[a] aluno[a] mais popular da classe)?
R: Isso também existe no Brasil hehehe De qualquer forma, de uma olhada na parte sobre o Bullying http://anarcaipira.blogspot.com.br/2012/09/a-guerra-de-todos-contra-todos.html
Existe alguma teoria de como o anarquismo poderá triunfar em países cujos Estados fomentam culturalmente a devoção quase religiosa ao Estado, seja como “pátria” ou como entidade governante, como nos EUA e em ditaduras?
R: No início do Anarquismo, acho que quase todos os países eram assim. A Espanha tinha ficado sobre controle de uma monarquia tirana e religiosa, e isso não impediu os anarquistas de se tornarem o grupo mais forte entre as classes trabalhadoras.
Como a direita como se conhece hoje, seja conservadora/autoritária, seja liberal/minarquista, vai deixar de existir numa sociedade anarquista?
R: Será que ela irá deixar de existir? Esperamos que construindo uma sociedade mais justa, com o tempo as pessoas percebam qual a melhor solução constatando o óbvio. A Educação é uma boa solução.
Como será a disposição de sociedades e culturas num mundo anarquista? E como evitar que diferenças culturais/étnicas desencadeiem sectarismo e intolerância mútua?
R: Evoluindo nós mesmos como seres humanos. Não existe um milagre para isso, mas esperamos que os princípios anarquistas superem esses problemas.
 Afinal de contas, ainda existirá espaço para o dinheiro, mesmo sem ele ser o centro da ordem social, nas sociedades anarquistas? Ou ele será substituído, por exemplo, pelo escambo?
R: Ambos. Haverá escambo, dinheiro, comércio. Cada grupo escolherá seu modelo economico. Em outros, como os comunistas, nem comércio será necessário, pois todos terão acesso a tudo, eu especial prefiro a última opção.
Quando Max Weber falou que a violência é intrínseca ao funcionamento do Estado, ele de fato inspirou os anarquistas em sua defesa da abolição dos Estados?
R: Não necessariamente. Rousseau inspirou os anarquistas? Marx inspirou? Há pessoas defendendo ideias semelhantes das anarquistas desde a Grécia antiga. Como podemos dizer quem inspirou quem? Talvez seja um desejo de todo ser humano.
Retomando o argumento da “natureza humana” egoísta, competitiva, meritocrática, ostentadora de propriedade privada etc. usado pela direita, se esse argumento realmente não é válido, como se pretende influenciar as pessoas de modo a não serem mais egoístas, competitivos, valorizadores do mérito, desejadores da propriedade privada etc.?
R: O lucro era condenado na Idade Média. Hoje ele é algo natural. Analise os pensamentos de épocas diferentes, de locais distintos. A cultura muda. Por que não seria possível uma outra cultura? As tribos indígenas não possuem propriedade privada. Os cristãos primitivos não defendiam a competição. Além do mais, Stirner, considerado o pai do Anarco-Individualismo, defendia o egoísmo do ser humano. Proudhon dizia que a concorrência poderia ser positiva entre as cooperativas e Bakunin propunha uma distribuição de riqueza pelo mérito. Tudo depende do ponto de vista adotado.
Ainda existirão empresas numa sociedade anarquista? Se sim, como funcionarão? A autogestão dá espaço para que pessoas coordenem equipes na produção de bens e serviços?
R: Sim. As cooperativas privadas, como elaboradas por Proudhon, é o melhor exemplo.
Como o anarquismo aborda a questão da remuneração, de a pessoa ganhar algo em troca de seu trabalho?
R: O Mutualismo e o Coletivismo abordam isso, de formas diferentes. O Comunismo prefere superar essa necessidade.
Existe alguma objeção ética a um anarquista de hoje ser, por exemplo, administrador e/ou moderador de um grupo no Facebook, uma comunidade no Orkut ou um fórum phpBB?
R: Se tivesse, não existiriam anarquistas no mundo hoje hehehe
Como os valores da individualidade serão tratados no anarquismo? Que espaço a individualidade do indivíduo terá numa sociedade anarquista?
R: Bakunin disse “a liberdade do outro eleva a minha ao infinito”. Os anarquistas entendem que a individualidade e a coletividade são complementares.
O anarquismo tem algo a dizer sobre relacionamentos monogâmicos fechados, inclusive quando o indivíduo prefere, por conta própria, relacionamentos monogâmicos fechados ao poliamor?
R: Amor livre significa amar como quiser e quem quiser. Para o anarquista, uma relação monogâmica não é melhor nem pior do que qualquer outra. Cada um se envolve como preferir.
O que será feito com livros defensores das ideologias de direita numa sociedade anarquista? E se eles parecerem convincentes para alguns indivíduos, e esses indivíduos começarem a defender a volta dos Estados, das polícias e dos regimes representativos, o que será feito?
R: Os livros seriam permitidos. Espera-se que os individuos tenham consciencia o suficiente para não cometerem esse erro. E como diz o autor do livro Poder e Domínio, se for necessário, o poder popular usará a força para impedir os planos da tirania.
Em relação aos livros, como o anarquismo lida com as bibliotecas pessoais? Exemplares de livros poderão ser considerados micropropriedade privada, que o indivíduo poderá guardar para si de modo a consultá-lo e relê-lo sempre que preciso, ou todos os livros serão considerados bens comuns? Como assegurar, inclusive, que sociedades anarquistas do outro lado do mundo tenham acesso aos livros escritos numa determinada sociedade anarquista?
R: Acredito que a questão de propriedade já foi explicada antes. Sobre como os livros vão chegar do outro lado…bom, das mesmas formas que chegam hoje. Comércio, compartilhamento real ou online.
Como o anarquismo lida com a posse sobre blogs e sites? Seu conteúdo será livre para reprodução, mas alguém poderá ainda se dizer, por exemplo, “dono de um blog” numa sociedade anarquista?
R: Eu posso ser dono de um carro, de uma escova de dentes ou de um blog, sem problemas, a reprodução das informações sem custos sera sempre incentivada para alcançar cada vez mais lugares e pessoas.
 Como o anarquismo lida com instituições clericais autoritárias, hierárquicas e conservadoras, como a Igreja Católica?
R: Elas seriam derrubadas, tal como o Estado e o Capitalismo.
Qual seria o modelo de escolas dos anarquistas?
Como dissemos acima adotados um modelo de experimentação livre recomendo:
Socialistas do século 21 (que não defendem os regimes socialistas históricos instaurados no século 20, mas sim uma nova forma de socialismo) são considerados adversários políticos dos anarquistas?
R: Depende. Se eles forem hierárquicos e autoritários, sim.
É válida a comparação entre o “Estado de bem-estar social”, que mantém o capitalismo e o regime estatista mas provê bem-estar social à população, e o bem-estarismo animal, que provê condições de bem-estar aos animais não humanos mas continua tratando-os como escravos?
R: Acho complicado. Talvez um vegano pudesse afirmar que sim. Eu como um onívoro, prefiro não usar essa comparação.
O anarquismo passará inevitavelmente por transformar a Ética do Trabalho hoje existente por uma bastante diferente. Como se dará essa transformação?
R: Só o tempo dirá. Mas tudo indica que para melhor.
Qual é a propriedade privada a ser abolida no anarquismo? (retome-se a pergunta em que se falou das propriedades domésticas, como computadores, eletrodomésticos, carros, roupas etc.)
R: Dos meios de produção, quando utilizados para explorar outros.
Considerando-se que o anarquismo implique o comunismo, a igualdade social, a inexistência de classes sociais, como será regulado o tamanho das casas de cada família? Não haveria uma desigualdade entre alguém que tem uma casa de 60m² e alguém que tem uma de 100m²?
R: Tem pessoas que gostam de viver em mansões. Outras preferem lugares menores como um apartamento. Acho que os seres humanos são diferentes, então não adianta criar um parâmetro para isso, temos espaço para que cada uma viva de maneiras mais confortável possível.
 Como se daria a divisão social do trabalho numa sociedade anarquista?
R: Não haveriam hierarquias. Os Comunistas e Coletivistas, nas organizações públicas, defendem a não separação dos trabalhos físicos e intelectuais. Mas nada impede uma cooperativa particular de pedreiros, ou de escritores.
Grupos ativistas (de seja lá qual for a causa) totalmente desprovidos de coordenadores funcionam melhor que grupos ativistas com coordenação local? O anarquismo tem algo a objetar sobre grupos ativistas com coordenadores?
R: Defina coordenadores. De qualquer forma, olhe a atuação de movimentos como o Anonymous ou Occupy. Totalmente descentralizados, mas coordenados entre si.
Por que há diversas posições anarquistas divergentes? Qual versão de anarquismo é, afinal de contas, a mais plausível, ética e igualitária? (não se inclua o anarcocapitalismo nesta questão)
R: Qual a comida mais saborosa? Qual a melhor música? Acho que a resposta disso é individual.
http://www.reocities.com/projetoperiferia2/secA3.htm
O fato de algumas pessoas serem mais famosas e prestigiadas que outras, em razão de seu trabalho cultural, científico ou intelectual, é abordado no anarquismo?
R: Desconheço este prestigio entre o meio anarquista.
Como se lida, no anarquismo, com divergências pedagógicas nas escolas? E se essas divergências forem tamanhas a ponto de inspirarem o ensino de ideologias diferentes?
R: É quase um consenso o ato de evitar ideologias, e permitir o desenvolvimento das crianças da forma que quiserem caminhar.
Como a coleta de lixo vai se dar numa sociedade anarquista? Como vai se lidar com o lixo que não pode ser reciclado nem convertido em material orgânico (como lixo hospitalar)?R: Cooperativas públicas. A segunda pergunta, acredito que seria algo a se resolvido independente das ideias anarquistas, e sim buscando a melhor opção para dar um fim no lixo (ou evitando a utilização desse material).
Como serão geridas as redes de água e esgoto numa sociedade anarquista? Por uma empresa autogerida ou por outro meio?
R: Por uma empresa autogerida, ou por outro meio que a organização popular decida utilizar.