Mais um texto religioso fundamentalista mentindo sobre o projeto de lei de identidade de gênero (também conhecido como lei João W Nery) - que é quase uma cópia da lei aprovada na Argentina, promulgada pela presidenta Cristina Kirshner em 2012, que aliás, muitos outros países possuem lei similar conferindo o direito às pessoas trans* serem reconhecidas como cidadãs oficialmente.
O texto do projeto nada fala que crianças mudarão de sexo muito menos mudanças a força ou impostas, e sim que menores que não tenham o apoio dos pais, como é o caso de muitos adolescentes trans*, devem ter o direito a terem suas identidades de gênero respeitadas - e ter sua identidade respeitada significa respeitar a sua dignidade e reconhecer oficialmente o seu gênero real - e não o imposto - em seus documentos, e nesse caso em específico, quem irá julgar será um juiz observando o Estatuto da Criança e do Adolescente e evidentemente os direitos à personalidade dispostos na Constituição Federal, que por um acaso também abarcam as pessoas menores de idade.
Ninguém obrigará ninguém a se submeter à cirurgias, agora, fingir que crianças e adolescentes não são agredidas e desrespeitadas pelos seus pais por serem pessoas trans* é fingir que vivemos numa nuvem de algodão doce. Adolescentes que vivem uma quase vida dado que não possuem o direito de terem suas identidades reais reconhecidas em seus documentos, o que resulta em discriminação em diversos (ou todos) espaços públicos, causando-lhes muitas vezes depressão, auto-isolamento do restante da sociedade e até mesmo o suicídio.
Além do texto falar em ditadura gay sendo que transexualidade nada tem a ver com homossexualidade. Transexualidade diz respeito à construção identitária de gênero, homossexualidade diz respeito à orientação sexual, são campos distintos.
Às vezes penso se tratar de ignorância sobre as identidades trans*, mas como eles colaram o texto do projeto de lei, ou só pode ser transfobia explícita ou precisam urgentemente de aulas de língua portuguesa, devem ter pego o diploma sem nunca terem assistido a parte que a professora ou professor falavam de interpretação de textos.
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