O que é libertarianismo de esquerda?

O libertarianismo de esquerda, um primeiro passo.

O que é Anarquismo?

Anarquismo e seus primeiros passos no movimento

Bitcoin

Introdução a revolucionário cryptomoeda Bitcoin

Mutualismo: uma introdução

Introdução ao Anarquismo mutualista suas teorias, práticas e ideias.

Mercados Libertos e Anti-Capitalismo

Capitalismo não, Mercados!

Socialismo Libertario, Libertarianismo de esquerda e outros termos

Um esclarecimento sobre o termo libertário e seus constantes erros de tradução e interpretação

sábado, 11 de outubro de 2014

Despossuídos

Você pode ouvir este ruído? Ele parece estar ecoando em todos os lugares agora. Alguns diriam que soa como as botas da tropa de choque marchando sobre o rosto de nossa dignidade, se mistura com o som das trombetas dos anjos pós-apocalípticos. É esse zunido, o início do fim, o trem de consequências que vem na nossa direção.
Sempre achei que um dia serei preso e torturado pelas autoridades. Sou um paranóico, tento não deixar rastros permanentes, não tenho tatuagens, não carrego marcas que me identifiquem, quero ser mais um entre os comuns, passar desapercebido. Mas ouço esse som, e partilho de outros valores, de desejos, e desses ideais de liberdade, solidariedade e igualdade. Sinto prazer apenas entre pessoas livres, daquelas que não querem dominar nem ser dominadas. São elas que trazem sentido a minha existência, não os mansos, nem os autoritários.
Se um dia sob tortura me perguntarem como tudo começou, lhes direi, foi muito antes do dia em que alguém (e pouco importa quem) coberto de riquezas, se viu no direito de ignorar os mortos de fome, velhos e crianças de rua, a vagar no seu caminho até o shopping. Bem antes de nós, outros ouviram também esse som, mas não no volume em que o ouvimos, esse clamor de liberdade que exige que refutemos toda a hipocrisia que é chamada de "paz" em uma sociedade cada dia mais dividida entre milionários e despossuídos.
É um som oco, o vazio em todos nós, ecos do desprezo que sentimos por esses que não vêem sua própria miséria como causa da miséria material dos outros. Como uma caixa de ressonância e sentido que amplifica nossa sensibilidade diante da injustiça, atiça nossa revolta contra esse tipo de indiferença. Compartilhar é por si só o benefício, busco beneficiar aos outros compartilhando minha revolta contra o silêncio frente a vergonhosa riqueza de alguns poucos que funda a miséria de bilhões.
Este som, este ruído, é como canções de guerra, canções de milhares de povos exterminados, no alvorecer desses estados nacionais, soberania regada com sangue e suor de trabalho escravo. Canções das guerras futuras nas quais eu e você, os seus e os meus, tomaremos parte, a nós resta nos tornarmos os bárbaros que derrubarão estes impérios corruptores em nome de um mundo livre.
Alguém disse que o fantasma da liberdade sempre retorna com uma faca entre os dentes, um punhal a ser cravado no peito do tirano. Somos a faca, e é a liberdade quem nos toma em seu punho. O fantasma da liberdade é discreto, quase invisível. As autoridades e os plutocratas não ouvirão seus passos, nem ouviram nossas canções até sentirem o golpe. Eles não devem saber quem somos, antes disso, seremos ocultistas. Até que seja tarde demais para eles. Então a guerra contra a tirania terá finalmente alcançado um novo patamar, um ponto em que a marcha da tropa de choque para diante das explosões dos molotov, o impacto das pedras e foge em retirada para nunca mais retornar.
Os arranha-céus podem ser derrubados, as bolsas de valores podem ser destruídas, mas nenhuma força de ordem no mundo foi capaz de abalar esse modo de ser anárquico, este senso ferido de justiça. Porque consciente ou inconscientemente ele está por todos os lugares, encontra-se em todos os cantos onde são ouvidas as canções de guerra. Sons que não ecoam por ideais, mas por formas de vida anticapitalistas! Você pode escutá-lo? Pode tomar parte nele até que chegue onde deve chegar?



quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O Estado vs O Ladrão de estrada - Lysander Spooner



domingo, 5 de outubro de 2014

Grandes empresas odeiam o livre mercado

Ainda existem Liberais que acreditam que grandes empresas e seus capitães são defensores da economia liberal.  Sabem de nada, inocentes. Eles são os primeiros a recorrer ao estado; e têm todas as facilidades do mundo para fazê-lo.

Se há uma coisa que empresário gosta é de sair do mar revolto do mercado e boiar na piscina morna da proteção estatal. As opções do cardápio são várias: formar um cartel legal, ganhar um monopólio, assegurar uma verba, um crédito subsidiado, prestar serviços ao estado, veicular publicidade estatal, formar comitês para regular o setor, proibir a concorrência, fechar as fronteiras ao produto estrangeiro, passar políticas de preço mínimo, ser salvo da falência no último minuto, e tantas outras quanto a imaginação dos políticos permitir.

Em nosso país, uma das formas que as grandes empresas se blindam do mercado é o BNDES. Ele empresta largas somas a juros subsidiados, visando objetivos políticos do governo. A diferença entre os juros do mercado e os juros cobrados pelo BNDES são uma transferência de renda direta para as empresas fazerem o que quiserem — aplicar o dinheiro e ganhar juros maiores, por exemplo.



Em outros casos, grandes empresas recebem o direito de monopólio ou de cartel. É o que ocorre com a telefonia, com companhias de luz, com os ônibus municipais. O setor é cartelizado por determinação estatal. O resultado são empresas que prestam serviços caros, de baixa qualidade e que ainda recebem R$ 1,6 bilhão todo ano do governo. Haja capitalismo!

Essas formas diretas de ajuda estatal chamam a atenção. Mas o favorecimento dos grandes se dá também de maneiras indiretas, talvez mais nocivas, via impostos e regulamentações. A mesma alíquota de imposto que incide sobre os lucros de uma grande corporação, tirando-lhe parte de seu resultado, inviabiliza a continuidade de um pequeno negócio que consegue taxas de retorno menores.

Toda regulamentação ou imposto traz custos fixos. Gastos jurídicos, contábeis, de auditoria — os quais uma grande empresa consegue diluir no seu enorme faturamento. Para uma gigante do setor alimentício, a assinatura de um ou vários nutricionistas de plantão sai barato. Também sai barato aplicar regras da Vigilância Sanitária para mais uma cozinha padronizada de McDonald's; para uma pequena lanchonete, as mesmas exigências são proibitivas.

É por isso que, quando o assunto é regulamentação, as grandes sempre estarão do lado do governo. E sempre terão a mais bela das intenções: garantir a qualidade do serviço e a segurança do consumidor.  Elas sabem que o custo extra, se existir (às vezes não existe porque é a própria prática delas que é universalizada aos demais), será compensado com o mercado cada vez mais padronizado e centralizado em suas mãos. Um mercado em que o consumidor não pode escolher a relação risco/retorno que melhor se adéqua a suas possibilidades.

Um exemplo: em 2013, implantou-se a regulamentação de carrinhos de bebê. Os produtores e vendedores de carrinhos baratos, feitos para não durar, se deram mal. Mas adivinha qual a posição oficial da Burigotto, cujos carrinhos já custam mais de R$2.000 e já vêm com todas as medidas mais exigentes de segurança? Isso mesmo.

Quando a cidade de São Paulo ameaçou proibir a sacolinha de plástico nos supermercados, as grandes redes foram as primeiras a entrar na onda da sustentabilidade e oferecer lindas sacolas de pano, para eles um custo ridículo e já parte de uma jogada de marketing. Sentia-se o orgulho no ar ao oferecerem os sacolões de pano personalizados. Já os mercadinhos de esquina não ficaram tão felizes.

Das duas farmácias na minha vizinhança, em qual delas é mais comum encontrar um fiscal assediando o estabelecimento com ameaças de multa: na filial da Droga Raia — que deve ter tudo padronizado já na mesa dos arquitetos e dos advogados — ou a farmácia de bairro cuja dona, que trabalha no balcão, provavelmente não tem uma equipe jurídica e nem tempo para conhecer e seguir as infinitas regras?

Pra completar, o mero fato de ser grande concede às empresas espaço de manobra perante a justiça estatal.  Os passivos trabalhistas bilionários de grandes empresas e bancos no Brasil — um índice, na verdade, de como nossas leis são ruins — estendem-se por anos a fio, acumulando dívidas impagáveis. Mas como o governo não é burro, e não quer promover descontentamento social à toa, e gosta de ter aliados grandes e fieis, com uma ameaça na manga, o passivo continua ali. Passivos trabalhistas bem menores em pequenas empresas já apresentam custos legais inviáveis.



A grande empresa "não pode" quebrar (por que não?); a pequena pode. Mega empresários e governantes convivem num amistoso cabo de guerra. Trocam ameaças e presentes, trocam lobby, financiamentos e projetos de lei, dão e retiram apoio conforme convém. Cada parte puxa do seu lado, mas nenhuma quer que a outra solte a corda. E a corda é você.

E o estado, o que ele ganha? Mais poder sobre a sociedade, mais previsibilidade, menos dificuldade para monitorar, medir e taxar tudo o que acontece. A garantia de que tudo o que você consome e todas as suas oportunidades de trabalho estão devidamente pensadas e dadas de antemão, e que o projeto de poder de quem está no topo conta com parceiros determinados a quem é possível coagir.
Se algo fugisse do esquema, então as pessoas tomariam decisões por conta própria, de forma direta, não-direcionável pela coerção do estado; e suas escolhas nem sempre beneficiariam quem já está no topo. Então eles não podem permitir que isso ocorra, certo?

Mises

sábado, 4 de outubro de 2014

Entrevista com o clitóris: “Guardo ainda muitos segredos”


Apesar de ter um nome universal, o mesmo em quase todas as línguas, esta parte da anatomia feminina tem sido a grande desconhecida; e é até mesmo perseguida culturalmente. Por estar parcialmente escondido, o seu protagonismo tem sido menor que o de seu homônimo masculino, o pênis. Contudo, o clitóris parece disposto a fazer-se ouvir e a conquistar o seu trono. A indústria dos brinquedos eróticos começa a considerá-lo e, recentemente, a ciência permitiu que o visualizássemos em toda a sua extensão e em 3D. Agora que o universo catódico nos deu uma lição de história sobre a importância do orgasmo clitoridiano (graças a Virginia Johnson e Bill Masters em Masters of Sex), conversamos com o clitóris para averiguar um pouco mais sobre este grande desconhecido.
Você é o único órgão humano encarregado única e exclusivamente de dar prazer e, no entanto, não tem sido reconhecido como merece. Isto é mais uma prova da tendência masoquista do ser humano?
O pênis tem muitos monumentos, uma corrente artística, quase um gênero — o fálico. A mim, foram feitas poucas estátuas, e deveria ser exatamente o contrário. O meu trabalho é totalmente altruísta e desinteressado. E, apesar disso, sou também o único órgão que deve pedir asilo político. Em alguns países cortam-nos a cabeça, e isto as próprias mães fazem com as filhas. Imagine-se um lugar onde fossem cerceadas as orelhas às crianças ao chegarem à puberdade! Seria uma loucura, mas com a gente continua acontecendo.
Imagino-o ressentido com a vagina, que lhe tirou ao longo da história todo o protagonismo…
O que se pode esperar de uma sociedade tradicionalmente machista e puritana?! A penetração vaginal tem uma função reprodutora, e a ordem durante séculos foi “crescei e multiplicai-vos”. Eu, ao contrário, não trago filhos ao mundo. Muita gente ainda identifica o órgão sexual masculino com o pênis, e o feminino com a vagina. Mas não, senhor. Sou eu. A vagina é muito menos sensível. Quando ainda ouço a diferença entre orgasmo vaginal e clitoridiano, começo a rir. Todos os orgasmos passam por mim. Os da vagina não são senão uma estimulação indireta da minha pessoa. Poder-se-ia dizer que sou como um iceberg, mostro apenas uma parte muito pequena de mim, a outra se ramifica por toda a pélvis.
E o que me diz do famoso ponto G?
Sim, vá lá, montou-se um marketing com esse halo de mistério que o rodeia e que flutua entre a realidade e a lenda. Mas a cada dia nascem mais pontos, o A, o U. Todo um alfabeto. De minha parte, vejo o ponto G como um plano B. Não é senão uma estimulação indireta de mim. A ciência ainda tem muito a descobrir a respeito. Ultimamente, começa-se a falar do complexo uretra-clitóris-vagina, uma zona de estimulação erótica e sensorial muito potente que ainda está por descobrir.
Os orgasmos que algumas mulheres podem experimentar manipulando os seios também passam por você?
Sempre se falou de uma ligação entre o mamilo e o clitóris, um fiozinho que une esses dois pontos e que algumas mulheres conhecem tão bem. Especialistas da Universidade de Rutgers, nos EUA, criaram em 2011 um mapa cerebral do prazer sexual feminino. Através de escâneres, os pesquisadores puderam identificar as áreas do cérebro implicadas na excitação dos genitais femininos. Os resultados, publicados no Journal of Sexual Medicine, revelaram que a estimulação do clitóris não é a única que ativa o córtex sensorial, como se pensava, mas que estimular a vagina, o colo do útero ou os mamilos também desencadeia respostas cerebrais. O biólogo Barry Komisaruk, principal autor do estudo, explicava ao diário argentino Perfil: “O inesperado foi que a autoestimulação do mamilo ativa as mesmas áreas cerebrais que a região genital anima”. O que explica que algumas mulheres possam chegar ao orgasmo somente com a masturbação dos seios.
A ciência não esteve muito interessada em você ao longo da história; de fato, sua anatomia completa foi vista pela primeira vez em 1998, graças aos estudos de imagem por ressonância magnética realizados pela uróloga australiana Helen O’Connell.
E faz somente quatro anos que os pesquisadores franceses Dr. Odile Buisson e Dr. Pierre Foldès criaram a primeira ultrassonografia completa em 3D do clitóris estimulado. Eu digo que nunca houve lá muito interesse em mim. Freud afirmou que eu era um pênis inacabado, e que a mulher que experimentava prazer apenas comigo não havia madurado o bastante. Só em minha parte externa possuo umas 8.000 terminações nervosas, o dobro que as do pênis, e estas se comunicam com mais outras 15.000 na região pélvica.
Entretanto, os estudos de Masters e Johnson deram-no a conhecer ao grande público, e até contribuíram para desenvolver um novo tipo de feminismo.
Sim, eles descobriram uma sexualidade feminina independente do coito com os homens. Os achados científicos sobre mim demonstravam que se podia prescindir do homem. “Com frequência a mulher não fica satisfeita com uma única experiência orgástica”, disseram Master e Johnson em seu livro A resposta sexual humana. As feministas mais radicais ficaram bem contentes com esses descobrimentos porque demonstravam a superioridade sexual da mulher, a qual, além de tudo, era multiorgástica. Enquanto isso, os conservadores viam o orgasmo clitorídeo como uma ameaça à heterossexualidade. Sem ir tão longe, nem ser tão apocalíptico, a verdade é que, graças a esses descobrimentos, muitas mulheres reformularam suas relações sexuais e começaram a tomar as rédeas de sua vida erótica. Posso presumir a minha contribuição ao feminismo.
Diz-se que você que aguenta melhor o passar do tempo que o pênis.
Muitas mulheres experimentam a sua plenitude sexual na maturidade, aos 40 e tantos, mas não é de todo certo que eu aguente o tempo tão bem. O meu mecanismo é muito similar ao do órgão masculino. Tenho ereções e ejaculo — às vezes da maneira masculina — e, como o pênis, sou um corpo cavernoso, e afetam-me a hipertensão e a diabetes. Os anos não me favorecem; o que ocorre é que muitas mulheres me descobrem tarde, e só então começam a me desfrutar, a viciar-se em sexo e a tentar recuperar o tempo perdido.
E o que me diz da sua fama de lento, de necessitar de mais tempo, de que se doure mais a pílula para começar a se pôr a trabalhar?
O que demora mais: fazer um frango empanado villeroy ou colocar uma pizza pré-cozida no forno? As coisas boas se fazem esperar, e o que chega rápido se vai ainda mais depressa. De todo modo, isso também é um mito. Um estudo realizado pela Universidade McGill, de Quebec, no Canadá, dirigido pelo Dr. Irv Binik, demonstrou que não existe diferença na quantidade de tempo que ambos os sexos requerem para alcançar o seu máximo nível de excitação. Binik e a sua equipe valeram-se da termografia, medindo a radiação, em termos de temperatura, que emitiam os genitais dos sujeitos da pesquisa enquanto contemplavam diferentes imagens, pornográficas ou não. Tanto os homens quanto as mulheres começavam a sentir excitação nos primeiros 30 segundos. Isso demonstra que, se estimulada adequadamente, a mulher pode chegar ao orgasmo tão rápido quanto o homem, mas, realmente, interessa correr tanto?
O problema parece ser que você é bastante esquisitinho, e encontrar o que lhe apetece não é tão fácil.
O que tem havido é muita incultura e desconhecimento. Se até muitas mulheres não estão muito familiarizadas comigo, que vamos pedir aos homens? Há aqueles que me ignoram totalmente e se dedicam a fazer espeleologia vaginal. Há os que, tão logo me veem, arremetem contra mim sem piedade e de forma bruta, isto me assusta e me retraio, pois sou bastante tímido. Abundam os que se creem especialistas com a boca e, em vez de lamber-me com cuidado, parece que estão fazendo a minha ablação. E depois estão aqueles que sabem me satisfazer, ainda que não se possa dizer que sejam uma legião. Peço apenas um pouco de tato e delicadeza, mas aí novamente criaram de mim uma fama que não mereço, a de não-me-toques. Como se o pênis também não tivesse os seus rompantes e os seus fracassos.
Como se deve tratá-lo então, para que se sinta à vontade?
Como merece uma parte da anatomia tão delicada e sensível. Para estimular a mulher, há que se começar a tatear as zonas erógenas secundárias, para em seguida ir às primárias. Uma vez na zona genital, eu devo ser o último a tocar. Deve-se iniciar pelo monte púbico, lábios maiores, menores, o espaço entre eles, para depois começar a tocar-me, primeiro indiretamente e, após, já diretamente. Às vezes será preciso retirar um pouco o capuz que me cobre. Gosto das lambidas e das sucções, mais lentas ou rápidas, e intercalando o ritmo. Cada mulher tem as suas preferências. Algumas vezes, abordar-me pela retaguarda é mais prazeroso que de frente. E uma ducha, bem dirigida, pode ser muito estimulante.
Tenho entendido que você gosta muito dos brinquedos, e que as vibrações o estimulam.
Sim, são como borbulhas de champanhe, e é preciso dizer que ultimamente quem mais se importa comigo é a indústria dos brinquedos eróticos. Quase todos os vibradores têm agora seus estimuladores do clitóris, cada vez mais anatômicos e sofisticados. Isto para não falar daqueles desenhados especialmente para nós. Meu empresário está buscando um patrocinador para mim e, por enquanto, não me foi permitido fazer publicidade, mas há verdadeiras maravilhas no mercado. Toda mulher deveria ter um pequeno kit de sobrevivência para as épocas de vacas magras e descobrir que, quando a colheita é ruim, também é possível ser autossuficiente.
No seu caso, o tamanho também importa?
Não para o meu perfeito funcionamento. E mais, se sou muito grande, acabo por complexar a minha dona, que vê a coisa pouco estética. O homem que tem um pênis grande, ao contrário, é muito orgulhoso dele. Ainda existem esses dois pesos, duas medidas.
O que me diz dos púbis depilados, é a favor ou contra?
Entre nós mesmos há diversos setores. Alguns preferem não estar rodeados de pelo, porque argumentam que assim são melhor localizados e que têm maior sensibilidade; mas também existem os da linha pró Mato Grosso, que defendem a naturalidade e o papel protetor da penugem dos genitais, que atua como barreira para evitar a entrada de vírus e infecções. Ter o púbis como o de uma atriz pornô exige a eliminação constante do pelo, causando a inflamação dos folículos pilosos e deixando feridas abertas microscópicas. Isto, combinado com o calor e o ambiente úmidos dos genitais, cria um caldo de cultura para as bactérias patogênicas. É uma questão de moda e, conforme li recentemente, já existem algumas defensoras do felpudo. Não me estranharia nada que voltasse a tendência dos genitais peludos. Muitas que fizeram a depilação a laser precisarão, nesse caso, recorrer aos postiços.

Maria Lacerda de Moura



Por Mabel Dias e Coletivo Insubmiss@s

Publicado na cartilha “Mulheres Anarquistas: o resgate de uma história pouco contada” em 2003.

Nascida em 16 de maio de 1887 em Minas Gerais, foi uma figura polêmica, e desde cedo teve interesse pelas idéias sociais e anticlericais.

Maria Lacerda de Moura defendia uma postura libertária para as mulheres, quando, por exemplo, incitava as mães de soldados que estavam indo participar da Segunda Guerra Mundial, no combate às tropas nazistas, para que não deixassem que seus filhos se alistassem no exército; dizia ainda que o voto não significava nenhuma emancipação para as mulheres e defendia a maternidade como uma livre opção, e não uma imposição.

Foi professora primária, em Barbacena, Minas Gerais, formada pela Escola Normal, e acreditava na educação como um instrumento de transformação social, tendo adotado a pedagogia libertária de Ferrer. Como educadora aderiu às campanhas de alfabetização de adultos, e fundou a Liga Contra o Analfabetismo. Na década de 20, 80% da população brasileira tinha acesso a uma alfabetização rudimentar. Teve um trabalho com as mulheres da região, incentivando mutirões de construção de casas para a população carente da cidade.

Ao se mudar para trabalhar em São Paulo, em 1921, começou a dar aulas particulares e posicionou-se contra as iniciativas oficiais no ensino, buscando alternativas educacionais ligadas a movimentos sociais.

Partindo de suas leituras e reflexões sobre a condição feminina, no trabalho e na educação, passou a combater outras formas de autoritarismo na esfera do pequeno grupo e na privada, como combateu na esfera pública com relação ao poder político e econômico.

Participou do teatro social e colaborou com a imprensa operária e anarquista, tendo fundado em 1923 a revista Renascença, que circulava entre os anarquistas e livres pensadores. No jornal A Plebe, escrevia principalmente sobre pedagogia e educação. Denunciava as práticas pelas quais os exploradores mantinham o saber e o poder sobre a mulher e a criança, adotando assim o discurso e a prática pedagógica
anarquista.

A partir de 1926, passou a viver em uma comunidade, em Guararema, interior de São Paulo. Tratava-se de um lugar formado por objetores de consciência da Primeira Guerra Mundial, que tinham se reunido à beira do rio Paraíba, pretendendo viver em liberdade, sem hierarquias. A comunidade de Guararema pereceu diante da repressão do governo de Getúlio Vargas, em 1935. Quando a comunidade acabou, Maria Lacerda de Moura voltou para Barbacena e tentou viver como professora de preparatórios para o ginásio.

Teve algumas divergências com os anarquistas, respectivamente nos anos de 1923 e 1935. A primeira divergência foi quando em uma conferência chamada "Conformados e Rebeldes", ela discorreu sobre a obra
educacional do ministro da União Soviética, elogiando-a. A platéia era de anarquistas, que ficaram revoltados, pois sofriam com as violentas perseguições movidas pela União Soviética aos dissidentes do Comitê Central e não gostaram nada no apoio que Maria Lacerda deu a obra do ministro russo em seu discurso. Em 1922, ela volta a juntar-se aos anarquistas na campanha contra a guerra e na Liga
Anticlerical.

Mas vem então a segunda polêmica, quando ela declarou, durante a publicação de seu livro antifascista "Fascismo -filho dileto da Igreja e do Capital”, que além de Jesus Cristo não conhecia outros anarquistas. Daí então, houve um novo afastamento, tanto de Maria Lacerda de Moura em relação aos anarquistas, quanto dos anarquistas em relação a ela.

Osvaldo Salgueiro e Pedro Catalo, no jornal A Plebe, diziam que Maria Lacerda tinha um discurso confuso e disperso, uma inconsistente teoria política e apresentava contradições em seus escritos e em sua atuação. Edgard Leuenroth, teve a colaboração da jornalista nos jornais A Plebe e A Lanterna e quando escreveu seu livro, em 1953, Anarquismo: roteiro de libertação social, não menciona nenhuma obra de Maria Lacerda de Moura.

Ela se considerava individualista e dizem que por isso ganhou antipatias das feministas que não davam respaldo aos livros publicados e palestras que ela fazia, até porque ela criticava os propósitos das feministas, que acreditavam que o voto e a mulher no poder mudariam a situação de submissão das mulheres. Durante algum tempo foi presidenta da Federação Internacional Feminina e tentou articular as mulheres de Santos e São Paulo num movimento que ultrapassasse os objetivos eleitorais do movimento sufragista de Bertha Lutz. Embora tivesse tido divergências com @s anarquistas, os pontos em comum entre el@s eram vários.

Tinha posturas que se aproximavam dos movimentos anarquista e feminista, mas sentia-se livre para tecer críticas a ambos, ou a outros movimentos político-sociais, pois via erros neles e não conseguia deixar que isso passasse "em branco", sem que ela exprimisse sua posição pessoal.

De 1939 a 1945 (ano em que morreu), recolhe-se a um silêncio correspondente à crença de que cada um@ só pode descobrir a sua verdade, e sob a inspiração de Tolstoi, Gandhi e do individualista francês Han Ryner, passou a denunciar os perigos da "ciência sem consciência", cujas descobertas ligadas aos interesses industriais iriam ampliar as conquistas bélicas.

Algumas obras de Maria Lacerda de Moura: Em torno da educação; A mulher é uma degenerada?; Lições de Pedagogia; Religião do amor e da Beleza; Clero e Estado; Amai... e não vos multipliqueis; Clero e Fascismo e Serviço Militar Obrigatório para mulher - Recuso-me, Denuncio!

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O que é Agorismo?

O agorismo é uma filosofia política fundada por Samuel Edward Konkin III que definiu um agorista como um praticante consciente da "contra-economia". O objetivo dos agoristas é uma sociedade na qual todas "relações entre as pessoas são de trocas voluntárias – um livre mercado". O termo vem da da palavra grega "Ágora", um local aberto para assembleias e mercado nas antigas cidades-estados gregas. Ideologicamente, é um termo representando um tipo revolucionário de anarquismo de mercado ou mutualista. A característica que distingue o agorismo das demais formas de anarquismo de mercado é que sua estratégia tem por ênfase a contra-economia, entendida como atividades pacíficas de mercados negros livres do pagamento de impostos.

Os agoristas são uma variedade do Anarquismo Mutualista ou Libertarianismo de esquerda mas é utilizado como prática política por anarcocapitalistas. Os agoristas consideram a propriedade intelectual ilegítima, vêm em suas ideias uma evolução das de Murray Rothbard. Como o mutualismo, o agorismo advoga um "livre mercado anti-capitalista".

A propriedade privada, particularmente a terra, não continuaria infinitamente, e sim se usaria apenas enquanto haja uma capacidade regular para evitar que seja considerada abandonada. Alguns anarcocapitalistas creem que "toda" propriedade deveria ser Propriedade Privada, enquanto os agoristas acreditam que a propriedade coletiva pode ser permitida, assim como a propriedade de "ocupação e uso".

Os agoristas veem as empresas favorecidas pelo governo como um vínculo da ilegitimidade do Estado com muitos desses negócios. Creem que as restrições estatais que limitam a responsabilidade nas empresas corrompem os negócios de tal maneira que os gerentes atuam irresponsavelmente com os Ativos das empresas. Por exemplo, se esses negócios pagam excessivamente aos executivos e não podem resolver dívidas contratuais, muitas leis estatais protegem os salários daqueles que são responsáveis pela bancarrota. Os agoristas afirmam que a responsabilidade não pode desaparecer simplesmente por uma lei governamental e assim os negócios legítimos sempre teriam administradores ou donos que seriam responsáveis de qualquer ação executada.

Os agoristas tendem a se opor aos copyrights e patentes como um monopólio ilegítimo como sustentou Benjamin Tucker. Promovem e sustentam uma reconciliação entre as obras de autores diferentes como Pierre-Joseph Proudhon e David Friedman em parte reconhecendo as diferenças terminológicas, sendo a mais evidente na palavra "propriedade".


Feminismo individualista, liberal, radicalismo e marxismo

feminismo individualista, inspirado pelo trabalho e pela atuação das primeiras feministas pós movimento sufragista, define igualdade como tratamento igual perante as leis e advoga a remoção das palavras homem e mulher da redação destas, promovendo, assim, reformas – opondo-se a revoluções – que permitam uma igual participação da mulher na vida pública. O feminismo individualista se opõe ao paternalismo estatal com relação às mulheres e, arrostando o feminismo radical e retomando as reivindicações das primeiras feministas, afirma que as mulheres, por serem, tanto quanto os homens, indivíduos pensantes e morais, devem ser responsabilizadas pelos seus próprios atos e corpos. O feminismo individualista crê que o que determina a classe a que um indivíduo pertence é a relação deste com o Estado, e não o seu gênero. Intelectuais libertários abolicionistas do século XIX exerceram uma grande influência sobre o feminismo americano da época – que traçou um paralelo entre a situação dos escravos negros e das mulheres – e sobre a corrente individualista atual. Representantes famosos de feministas individualistas são, além de Wendy McElroy, a professora e escritora Camille Paglia, a jornalista Cathy Young, Sharon Presley e Joan Kennedy Taylor e a criadora do feminismo como vertente politica Mary Wollstonecraft.

feminismo liberal atua sobre a sociedade para integrar a mulher à sua estrutura e calca sua ação sobre a teoria do contrato social do governo instituído pela Revolução Americana. Normalmente, contrariando as colegas radicais, as feministas liberais, ao menos aquelas ainda ligadas ao liberalismo clássico, se opõem à censura como um todo (que poderia ser usada para abafar a voz das mulheres) e também no caso particular da pornografia, embora algumas delas adotem as posições extremistas do feminismo radical sobre a pornografia. Aqui, a igualdade é definida não apenas como tratamento indistinto perante a lei, mas também como equivalência de poder socio-econômico entre homens e mulheres. Desta forma, as feministas liberais não descartam o intervencionismo estatal como um meio para que tal paridade seja atingida. Segundo McElroy, esta corrente é um misto de feminismo libertário e feminismo radical. Grandes exemplos de feministas liberais são a moderada Betty Friedan, a dita mãe do feminismo moderno e co-fundadora da National Organization for Women, a escritora Naomi Wolf e a jornalista Susan Faludi.


feminismo radical, seguindo a teoria da desconstrução sob a perspectiva de Foucalt, defende a criação de uma arena, desligada da tirania do discurso político e filosófico de caráter masculino, onde as mulheres poderiam expressar seus sentimentos e experiências, os quais adquiririam universalidade intelectual e cultural. Algumas feministas radicais argumentam que diferenças sexuais no que respeita ao comportamento são fruto unicamente da influência e das interações sociais. Na perspectiva deste tipo de feminismo, a igualdade só pode ser atingida estabelecendo novas legislações que cerquem as mulheres de proteção e privilégios, para compensá-las pelas alegadas injustiças passadas e presentes às quais foram e, segundo as ativistas desta corrente, ainda são submetidas enquanto classe. Em contraste com a corrente individualista, o feminismo radical apoia revoluções e grossas transformações no sistema político e legal em vez de reformas que busquem a inclusão –, já que é este o sistema que oprime as mulheres. Tão forte é a sua negação da filosofia e da intelectualidade tradicionais que algumas pensadoras desta corrente objetam ao uso da lógica e da dialética e à revolução tecnológica como formas da atuação patológica e do pensamento masculinos. Não raro pregam elas uma verdadeira segregação entre mulheres e homens, sendo estes últimos responsabilizados pelos grandes problemas da humanidade. Notáveis neste meio são a advogada Catherine MacKinnon, a filósofa Mary Daly, a escritora Andrea Dworkin e seu marido e o também escritor John Stoltenberg.


O Feminismo marxista é uma corrente da teoria feminista que defende a abolição do capitalismo e o estabelecimento de socialismo como uma forma de libertação da mulher, assumindo que o sistema capitalista leva à opressão das mulheres, consubstanciado na desigualdade econômica, instabilidade política, insalubles morais e relacionais sociais burguesas.

O feminismo radical ou socialista surgiu no início dos anos 1970 , e argumenta que a sociedade moderna e suas construções ( lei , religião , política , arte , etc) são predominantemente o produto de homens , e estão imbuídos de um caráter patriarcal. A partir deste ponto de vista, a melhor maneira de acabar com a opressão da mulher pelo patriarcado iria substituir uma cultura de igualdade de gênero. Algumas feministas neste momento sentem que isso era insuficiente crítica do patriarcado e começou a analisar a situação das mulheres a partir de um ponto de vista marxista . Anteriormente, havia marxistas que vieram para a questão do sexismo, como Alexandra Kollontai ou Trotsky . Os atuais problemas do feminismo marxista é que a luta de classes marxista é transferida para uma luta de gênero em que as mulheres assumem o papel de classe do proletariado oprimido e opressor padrão homem.
De acordo com o marxismo, nas sociedades capitalistas o indivíduo é parte de uma classe, que determina as suas habilidades, necessidades e interesses. Feminismo marxista acredita que a desigualdade de gênero é determinada em última instância, pelo modo de produção capitalista na divisão de classe social. A subordinação das mulheres é visto como uma forma de opressão que é mantido porque serve os interesses do capital e da classe dominante.
Na Espanha , você pode destacar o trabalho de Lidia Falcón em promover o feminismo marxista. Lidia Falcón era membro do Partido Comunista da Espanha , e mais tarde tornou-se parte do Partido Feminista e da organização feminista Vindication.






















AutoraWendy McElroy é uma feminista individualista e anarquista individualista. conhecida por escreve artigos semanalmente para a Fox News e manter um site chamado ifeminists, no qual diariamente divulga notícias e artigos, alguns de sua autoria, sobre política e justiça e seu contexto nas interações entre os sexos.
Tradutor: Vinícius Morgado.

Anarcocapitalismo e anarquismo, o quão são próximos?



A única linha anarco-capitalista que pode-se se colocar muito próximo realmente do anarquismo seria os antigos como Konkin e Hess, e os modernos como Spangler, Wally Conger, Long e Richman. Mesmo assim ainda existiriam divergências.

A formação de uma sociedade anarquista é caracterizada por um relacionamento pessoal direto, face a face entre organizações de livre associação, democracia direta e unindo-as por federações e não por meio do comércio simplesmente como é no anarco-capitalismo. Independente se é da linha Hoppe ou Long.
Por exemplo, a formação da sociedade dos geolibertários é totalmente diferente do anarco-capitalismo. Eles são liberais? Sim, porém o modo de construção não é baseado em comércio, mas em acordos diretos de ajuda mútua. Isso é realmente uma formação de característica do anarquismo.


No anarco-capitalismo tudo é mercadoria. Os direitos, as organizações, o relacionamento social, tudo é passível de compra e venda. Pro anarco-capitalista o direito é conquistado através da compra dele somente e sua sociedade só reconhece tal direito desse modo. Só através do comércio que os indivíduos de uma sociedade anarco-capitalista tem seus direitos respeitados.

No anarquismo não existe tal coisa. Dentro do estado os direitos não são passíveis de comércio. A democracia representativa não é uma questão de mercadoria, mas do suposto "contrato social". O anarquista não deseja destruir a democracia como os anarco-capitalismo. Pelo contrário, ele deseja que ela se estabeleça de forma ampla, descentralizada e voluntária para que todos tenham acesso a ela de forma igual. Democracia direta.


A própria visão anti-democrática dos anarco-capitalistas demonstra seu desejo contrário até a igualdade de direitos dos antigos liberais clássicos. Os antigos liberais viam a democracia representativa como uma ferramenta de igual voz entre as pessoas. Não era uma questão de comércio, de tornar os direitos uma mera mercadoria para ser vendida. Não é de hoje que eu venho começando a ver o anarco-capitalismo como um degeneração do liberalismo. Não pelo fato dele não se apoiar no estado, mas porque tende a renegar muitas das sólidas bases teóricas do liberalismo clássico.


terça-feira, 30 de setembro de 2014

John Bush sobre Agorismo



Palestra feita pelo ativista libertário John Bush em um encontro do movimento END THE FED em Houston, tradução Vinícius Morgado.

" Olá meu nome é John Bush, eu sou de Austin Texas e estou envolvido com o movimento libertário a quase uma década agora, eu realmente aprendi muito durante estes 10 anos e evoluiu em vários aspectos.


Hoje eu gostaria de falar com vocês sobre como podemos criar um sociedade completamente livre. Eu vou falar de diversas dicotomias hoje e uma delas é o monopólio versus a competição, uma das raizes de todos os males e um dos maiores inibidores de nossas liberdades individuais é o "poder monopolístico".


Um dos monopólios que eu mais odeio e uma grande exemplo destes é o monopólio que os departamentos de defesa desfrutam do fornecimento de defesa, dêem uma olhada no departamento de defesa de Houston, eles enfiam a porrada nos cidadãos de Houston, é absolutamente triste eu vejo isso no youtube o tempo inteiro.


Eu garanto que se o departamento de polícia de Houston for aberto a competição, e os residentes em Houston não fossem obrigado a pagar pelo departamento de polícia, eles iriam a falência.


Existiriam serviços competindo ou as pessoas poderiam sair as ruas com suas armas, mesmo isso sendo ilegal no estado do Texas , aliás como isso soa para o suposto estado livre e independente do Texas? Ou as pessoas iriam usar o dinheiro que foi roubado delas para financiar o corrupto departamento de justiça de Houston e iriam usar este dinheiro para pagar uma agência privada da defesa.

Este é um exemplo de monopólio estatal, apesar de os monopólios não serem somente dele, que fere nossas liberdades individuais e nosso direito de viver como pessoas livres.


A questão é como lidamos com esses monopólios que eu considero como inimigos da liberdade. Monopólios tiram sua liberdade de escolha. Na ausência de monopólios as pessoas pensariam; "Ãh eu não gosto do departamento de defesa de Houston eles baterão no meu primo sem motivo semana passada, não acho que vou continuar dando dinheiro a eles vou procurar uma segunda alternativa".


A melhor forma de eliminar monopólio é a traves da competição. Isso é essencialmente o Agorimo, Agorismo é uma tática libertária criada por Samuel Konkin III (sek3) na década de 80, essencialmente o que o Agorismo propõe não é competir dentro do estado mas competir com o estado. Ele reivindica a criação de instituições e mercados paralelos associações, contratos e relações mutuamente benéficas , não baseadas na coerção, na força, no monopólio, ou sob a mira de uma arma.


Outra coisa e talvez a mais perigosa de todas é criar instituições competitivas de defesa e comercio, isso pode vir de diversas formas tanto com Mercados Negros e contrabando, negociações por meios de bitcoins, vigília de vizinhas até as milícias armadas.


Não precisamos do Departamento de polícia, nós só precisamos estar armados, precisamos ter comunidades fortes que estão dispostas a cuidar umas das outras.


Nós também não precisamos de um governo para prover o fornecimento de defesa porque nunca foi pelo fornecimento de justiça e sim para dar segurança e proteger o poder privilegiado de um determinado grupo.


Se você decidir que não vai mais pagar impostos um agente armado vai aparecer na sua casa e te levar embora, se você estiver fumando algum mato sendo uma pessoa pacífica um agente armado pode aparecer e te colocar em uma jaula. Isto é muito assustador e amedrontador.


E é por isso que a comunidade é muito importante se quisermos buscar a liberdade em nossa tempo de vida.


Para concluir e superar o medo quero lhe propor 3 pontos; 1) Existe força no númeor 2) Existe força na unidade 3) E ha força na verdade, e neste momento nós temos todas as três ao nosso lado então tudo que temos que fazer é nos levantar e eles nunca poderão nos colocar para baixo."


Fontes

Vídeo da palestra com legendas em português



sábado, 27 de setembro de 2014

O direito a pirataria

O recente caso do camelo morto por um polícia militar chamou a atenção não só pela ineficiência e monopólio da fiscalização e segurança do estado mas também pela sua violência, porem esta violência é em parte porque os policias tem a desculpa legal de "procurara por produtos piratas ou comercio sem autorização", e isso não se restringem aos camelos ou ao Brasil, diversos país prevêem multa para quem faz o download ou upload de arquivos que violem os "direitos autorais" de um produto ou serviço, mas porque a propriedade intelectual e os direitos autorais existem? Eles são benéficos ou não?



"Comercio sem autorização" hein???

Sim comercio sem autorização, diversos estados pelo Brasil exigem a regulamentação e o controle de diversos mercados isso não se restringe apenas a corporações ou cooperativas mas também a comércios de menor porte como camelos ou pequenos comerciantes as duas maiores argumentações do estado são; Que se deve manter o controle de qualidade e que se deve combater a pirataria ,essa segunda abordaremos mas abaixo, na primeira afirmação no entanto na vida real e não no mundo imaginário criado pelo estado isso não acontece, diversos comerciantes já foram processados por vender comida vencida ou com algum tipo de irregularidade no entanto a fiscalização do estado não os pegou ou porque são incompetentes ou pelo fato de que são facilmente subornados, o dever da fiscalização segundo a lei do estado é para evitar que este tipo de irregularidade aconteça e não permitir um processo depois que já aconteceu se for assim porque precisamos de regulação do estado? Neste caso o próprio mercado acabaria ou forçaria com que o comerciante melhor seu serviço logo que se este comerciante comece a vender comida estragada e seus concorrentes não, é óbvio que ele ira a falência em uma verdadeira livre-concorrência, além de que processos como estes podem ser possível sem a ajuda do sistema judicial obsoleto e burocrático do estado sendo feitos por cooperativas, arbitragem baseadas no voluntarismo ou judicial privado cooperativo ou não.

Propriedade intelectual, Pirataria? Não concorrência!

"Não há declaração mais errónea do que: “Esta é a minha ideia. Tais noções são subproduto de uma cultura materialista, reforçada pela busca de recompensas(geralmente financeiras),
em troca da ilusão da “posse” de criações. Há, constantemente, o reforço do “ego” e de vaidades, em frequentes reivindicações por “prestígio” e “crédito”.

Tudo é cópia. Tudo é plágio. As influências são difusas. As ideias são um fluxo. O original é sempre fundamentado.
No entanto há uma diferença fundamental entre posse de ideia e posse do ato. Há quem escreveu ou realizou e há a ideia, a criação — sempre indiscutivelmente livre. Mas a que ponto importa um nome?

Costumamos dizer que a característica intrínseca a uma propriedade é a sua escassez, só há propriedade sobre terras porque estas são finitas e se torna necessário a criação de um arranjo para uma melhor alocação das mesmas, a esse arranjo damos o nome de propriedade apesar deste poderem ser utilizada como posse e uso, é impossível nós termos propriedade sobre coisas como o ar porque este é um elemento não escasso da matéria.

Intelectual é geralmente aceito como algo ligado ao campo das ideias, da mente, do pensamento, diferente de terras, ideias não são bens escassos, nós podemos continuar utilizando-as infinitamente que elas não acabarão.

Um exemplo clássico para demonstrar isso, é a lição de casa que os estudantes fazem. Ambos usam lápis, cadernos, mochilas, livros, tudo mais, diferentes um do outro porque esses bens são escassos é impossível que duas crianças façam uso do mesmo lápis ao mesmo tempo. Entretanto a fórmula que eles usam na atividade de física é a mesma, e é compartilhada entre todos os estudantes, de todo mundo, há várias gerações sem que ela “acabe”.

Se definirmos propriedade como o nome do arranjo que procura alocar recursos escassos e intelectual como algo ligado a ideia, falar em “propriedade intelectual” se torna um oxímero.

A verdade é que não existe propriedade intelectual, o que os defensores de PI realmente querem é o Monopólio Intelectual (MI), o uso exclusivo de uma ideia. Retomando o exemplo da lição de casa, o objetivo dos defensores do MI é criar via coerção e violência uma escassez artificial, fazer com que apenas um dos estudantes possa usar a fórmula tal como são obrigados pela natureza a usar diferentes cadernos.

Monopólio Intelectual é uma ideia extremamente absurda do ponto de vista ético e moral. Imagine que você ache a arquitetura de uma casa bonita e decida copiá-la, você acharia legítimo que o dono da casa e criador do desenho tivesse algum tipo de direito sobre a sua residência? Óbvio que não!

Não existe nenhum roubo em copiar uma ideia, quando você copia você está somando algo, não subtraindo, o criador original continua com sua propriedade a única diferença é que agora você também tem uma.

Imagine outra situação, duas pessoas tem a mesma ideia revolucionária na informática, mas um deles é mais ágil e patenteia a ideia primeiro. Você acha justo que a segunda pessoa seja proibida de usar a ideia que inventou? Qual a lógica disso? Qual o incentivo para a criação de novas ideias se eu tenho que passar mais tempo me preocupando checando se alguém já pensou naquilo antes do que realmente descobrindo novas ideias?



Propriedade intelectual inibe a livre-concorrência

A criação de monopólios intelectuais leva a empresas passarem mais tempo gastando esforços com advogados do que realmente com P&D. Uma empresa quando cria algo por si só já garante o monopólio daquele produto até que os seus concorrentes começassem a desenvolver suas cópias, as cópias estimulam a empresa a sempre buscar inovação para que não fique atrás da concorrência.

Mesmo no caso de pessoas que lidam com direitos autorais, em que a ideia é o seu próprio produto, a situação é parecida. No caso de livros e músicas a presença física do autor (palestras, sessão de autógrafos etc.) e uma produção constante de títulos dariam muito mais dinheiro que a própria venda dos livros, tal como ocorre hoje com os músicos que ressurgiram depois da pirataria desenfreada.

Isso seria bom até mesmo para uma melhor seleção dos livros publicados. Títulos caça-níquéis seriam deixados de lado em favor da republicação de cópias de autores mais respeitados que poderiam explicar as ideias contidas em seus textos pessoalmente.

Podemos perceber que nas áreas onde hoje há amplo desrespeito a monopólios intelectuais são ás áreas em que há maior desenvolvimento tecnológico e avanços no mundo. Vejamos como na informática PI é algo amplamente desrespeitado por boa parte dos usuários, ou na indústria da moda que sempre inventa algo novo todo ano mesmo os estilistas tendo seus desenhos sendo copiados dia e noite.

Todos nós devemos o nosso conforto a um amplo desrespeito ao Monopólio Intelectual. Já imaginou como seria a nossa vida se o inventor da roda proibisse as outras pessoas de usarem a sua descoberta? Ou se tivessem monopolizado o design das camisetas que nós usamos hoje em dia?

Qualquer reflexão sobre os “direitos de propriedade intelectual” deve partir do entendimento de que esses “direitos” minam os direitos de propriedade genuínos e, por isso, são ilegítimos em termos de princípios libertários. Os direitos de propriedade reais e tangíveis resultam de uma escassez natural e são consequência da tentativa de manter a posse de uma propriedade física que não pode estar nas mãos de mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

A noção de “propriedade intelectual”, por outro lado, cria escassez artificial onde não há escassez natural, e só pode ser aplicada invadindo-se propriedades reais e tangíveis e impedindo-se seu dono de usá-las de forma que viole o suposto direito de propriedade intelectual alheio. Conforme ressalta Stephan Kinsella, se um Cro-Magnon particularmente talentoso tivesse sido capaz de patentear a construção de cabanas, seus herdeiros, hoje, teriam o direito de nos impedir de construir nossas próprias cabanas em nossa própria terra, com nossos próprios troncos, até que lhes pagássemos qualquer quantia que exigissem.

A informação digital registrada requer um modelo de negócio ainda mais violador dos genuínos direitos de propriedade do que os direitos autorais tradicionais. O regime de direitos autorais digitais vigente sob os termos da Lei de Direitos Autorais do Milênio Digital (DMCA), do Tratado sobre Direitos Autorais da Organização Mundial da Propriedade Intelectual e do Acordo TRIPs, da Rodada Uruguai do extinto Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) e a nova OMC, concentra-se inteiramente na tentativa de impedir as pessoas de usarem seus próprios discos rígidos e outros bens como bem entenderem. É efetivamente ilegal, graças a essa legislação, vender hardware capaz de lograr tecnologias de gestão de direitos digitais, ou publicar códigos que habilitem alguém a lográ-la. Conforme Cory Doctorow salienta, “É irônico que, em nome da proteção da ‘propriedade intelectual’, as grandes companhias da mídia estejam dispostas a cometer tal violência contra a ideia de propriedade real – argumentando que, uma vez que tudo que possuímos, desde nossas camisetas aos nossos carros ou nossos e-books, inclui os direitos autorais, as patentes e as marcas registradas de alguém, somos, basicamente, meros rendeiros vivendo na terra de nossos benevolentes mestres, que acharam por bem nos arrendar nossas casas”.

A ubíqua gestão de direitos digitais impede a transferência fácil de conteúdo entre as plataformas, mesmo quando o comprador de um CD ou de um DVD quer, apenas, executá-lo em algum lugar mais conveniente. E a DMCA proíbe legalmente que se contorne essa gestão, mesmo quando, novamente, o comprador quer apenas facilitar seu próprio uso em uma variedade maior e mais conveniente de plataformas.

Não há como exagerar o grau de invasividade exigido pela defesa da “propriedade intelectual” na era digital. A intrusiva e inconveniente gestão de direitos digitais, incorporada nas mídias proprietárias, e a draconiana legislação que criminaliza os recursos técnicos para evasão deveriam deixar isso claro. A tendência lógica do regime de direitos autorais digital foi descrita de forma bastante convincente por Richard Stallman em um conto distópico, “The Right to Read” [O direito de ler, tradução livre] (simplesmente busque no Google – vale muito a pena).

As corporações contam com a legislação, cada vez mais autoritária, para capturar o valor da informação proprietária. Johann Soderberg compara a maneira como as fotocopiadoras eram monitoradas na extinta União Soviética, para proteger o poder das elites naquele país, à maneira como os meios de reprodução digital são monitorados nos Estados Unidos país para proteger o poder das corporações. Interesses econômicos privilegiados, ligados ao Estado, se tornam cada vez mais dependentes desse controle, que, infelizmente para eles, está ficando cada vez mais inexequível, graças ao BitTorrent, à criptografia forte e a servidores proxy. Caso em questão: a “revolta do DeCSS”, em que liminares judiciais contra um código para desbloquear um DVD foram recebidas com uma provocadora publicação deste em blogs, sites e mesmo em camisetas. A impossibilidade de se colocar em prática a proteção aos direitos de propriedade intelectual enfraquece o modelo de negócios que prevalece entre uma grande parcela de empresas privilegiadas e ligadas ao Estado.

Por: Vinícius Morgado